Descubra como identificar um café de qualidade na xícara divulgação

No Dia Internacional do Café, farmacêutica e bioquímica especializada em café desvenda o universo sensorial da bebida com DNA brasileiro

O grão é uma verdadeira paixão mundial e, no Brasil, ocupa um espaço ainda mais especial no dia a dia da população. Muito além do tradicional espresso, essa bebida conquistou novos significados e sabores únicos. De acordo com a pesquisa realizada em 2024 pela MINDMINERS, empresa de tecnologia com expertise em pesquisa e inteligência de dados, o consumo de grãos premium no país cresceu 30% nos últimos dois anos, refletindo uma valorização crescente por produtos de alta excelência. E para celebrar essa tradição, o Dia Internacional do Café, comemorado em 1 de outubro, destaca a importância dessa bebida, que é um ícone da cultura brasileira.

Mas entre tantas opções no mercado, como você pode identificar se a bebida na sua xícara realmente tem padrão elevado? Para responder, conversamos com Vanessa Vilela, farmacêutica, bioquímica e CEO da Kapeh Cosméticos e Cafés Especiais, que explica quais sinais observar na hora de provar.

Aroma marcante

“O grão de nível superior se revela no aroma, que deve ser limpo e convidativo. Dependendo da origem e do processo, pode lembrar notas florais, frutadas, de especiarias ou até achocolatadas. Já ao passo que o cheiro remete a cinzas, fumaça, mofo ou borracha, é sinal de defeito no grão ou torra excessiva”, afirma. 

Sabor equilibrado

“Um bom café traz harmonia entre doçura natural, acidez e corpo. O sabor se mantém limpo, sem apresentar amargor agressivo ou gosto queimado. Caso a bebida apresente gosto de palha, terra ou adstringência exagerada, geralmente indica baixa qualidade ou preparo inadequado”, relata Vanessa.

Acidez agradável

A acidez é um dos atributos mais valorizados. “Nos cafés de excelência, ela aparece de forma positiva, lembrando frutas frescas, cítricas ou tropicais, trazendo vivacidade à bebida. Já uma acidez azeda, áspera ou vinagrada é defeito e compromete a experiência”, avalia. 

Corpo consistente

“O corpo é a sensação tátil do grão na boca. Ele pode ser leve e sedoso, médio e cremoso ou encorpado e aveludado, sempre de forma prazerosa e uniforme. Se a textura é rala demais ou pesada e adstringente, não estamos diante de um café de nível superior”, detalha a profissional.

Classificação

Além da experiência sensorial, avaliadores analisam o grão segundo critérios internacionais. “Grãos classificados com pontuação acima de 80 são considerados especiais. Entre 75 e 80 pontos entram na categoria gourmet, entre 70 e 75 são premium, e de 65 a 70, tradicionais, que são os mais encontrados nos supermercados por serem mais acessíveis”, explica a CEO da Kapeh.

Ela ressalta que a maior parte dos cafés de marcas conhecidas, vendidos em grande escala, se enquadram nas categorias tradicionais. “Não apresentam a mesma complexidade sensorial dos grãos especiais. São opções voltadas para consumo diário e preço competitivo” conclui.