Além de proporcionar a recuperação da autoestima, a cirurgia reparadora alivia dores e reduz infecções (Foto: FreePik)
Especialista indica cirurgia reparadora para pacientes que apresentam excesso de pele depois do emagrecimento: “reconstrução”
Quem passa pela cirurgia bariátrica atesta: o emagrecimento pode representar uma conquista não apenas física, mas também emocional. No entanto, após a perda significativa de peso, surge um novo desafio: o excesso de pele, que, muitas vezes, não acompanha a transformação do corpo. Esse é um momento cercado de dúvidas, inseguranças e, principalmente, de julgamentos. Para muitos, a cirurgia reparadora ainda é vista como um “capricho estético”. Mas há quem discorde disso e aponte a necessidade do procedimento.
A cirurgiã bariátrica Stephanie Giulianne Silva Morelli, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, destaca: “A cirurgia reparadora não é vaidade. Ela faz parte do processo de reconstrução física e emocional de quem está recomeçando a vida depois da obesidade”.
A médica explica que essa cirurgia devolve ao paciente a possibilidade de se reconhecer diante do espelho e de viver sem limitações nem dor. Segundo a especialista, nem todo paciente pós-bariátrica precisa desse tipo de cirurgia. Porém, quando o excesso de pele compromete a saúde, a função corporal ou a autoestima, a intervenção cirúrgica se torna parte do tratamento.
Quando fazer a reparadora?
A recomendação geral é que o paciente só faça cirurgia reparadora quando estiver com o peso estabilizado, o que costuma ocorrer entre 12 e 18 meses após a bariátrica. Também é importante que esse paciente mantenha uma rotina de exercícios físicos, adote alimentação adequada, com nutrientes necessários, e ainda apresente preparo emocional, de preferência com acompanhamento psicológico.
“Mais do que uma data marcada, é sobre estar pronto. O corpo precisa estar saudável, e a mente preparada para mais uma etapa. Para muitos, esse é um dos momentos mais sensíveis da jornada”, explica Stephanie Morelli. A médica reforça que as cirurgias reparadoras melhoram a mobilidade e reduzem infecções, aliviando dores e possibilitando a prática de atividades físicas. Além disso, promovem um resgate da autoestima.
“É o momento em que o paciente finalmente se reconhece. É quando o corpo passa a refletir a nova identidade que já existe por dentro. Por isso, chamamos de reconstrução — não apenas corporal, mas também emocional”, conclui.
Onde o excesso de pele aparece mais?
Depois da bariátrica, a perda de peso não é igual em todas as áreas e cada corpo reage de uma forma diferente, mas algumas regiões tendem a apresentar maior flacidez:
– Abdômen: pode formar grandes dobras, causando assaduras e feridas;
– Seios: perdem volume e sustentação;
– Braços, coxas e flancos: podem dificultar até o uso de roupas;
– Rosto: excesso de pele dá a impressão de envelhecimento precoce.