Enem: confira dicas para manter a calma e revisar antes da prova

Especialista orienta que o segredo para um bom desempenho na reta final é combinar revisão estratégica, descanso e cuidado emocional

Faltando poucos dias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), muitos estudantes se perguntam como aproveitar o tempo restante de forma produtiva e equilibrada. Segundo educadores e psicólogos, o período que antecede a prova deve ser voltado à consolidação do conhecimento e ao preparo emocional. O foco deve estar mais no descanso do que na aprendizagem de novos conteúdos.

De acordo com orientações do Ministério da Educação (MEC), nesta fase é importante priorizar revisões curtas e direcionadas, com foco em temas recorrentes e em áreas de maior afinidade do estudante. Revisar provas anteriores também é uma forma eficaz de reforçar o raciocínio e identificar padrões nas questões.

Pilares para a prova

Além do estudo, manter o corpo e a mente equilibrados é essencial. Uma boa alimentação nos dias que antecedem a prova, noites de sono de qualidade e pausas estratégicas durante o estudo contribuem diretamente para o rendimento e a concentração. Atividades leves, como caminhadas e exercícios respiratórios, ajudam a aliviar a ansiedade e manter o foco.

À medida que nos aproximamos do Enem, é natural surgir a vontade de intensificar os estudos ao máximo. No entanto, é importante lembrar que aprender também exige equilíbrio. Uma rotina organizada, com pausas estratégicas, sono de qualidade e momentos de relaxamento, contribui diretamente para um melhor desempenho. Muitas vezes, na tentativa de recuperar conteúdos ou “dar conta” de tudo, é comum exagerar nos estudos, passar horas a mais na frente dos livros e abrir mão de descanso, lazer e alimentação adequada. Porém, esse excesso pode ser prejudicial.

Estudar até a exaustão não adianta

Cathia M C S Lira. Professora de português para estrangeiros na Rio International School, compartilha que tem alunos que chegam literalmente exaustos em sala de aula, sem capacidade de produzir qualquer tipo de demanda escrita e até mesmo oral.

“Quando o cérebro é exposto a longas horas de estudo sem pausas, ele se cansa, diminui a capacidade de concentração e reduz a retenção das informações. Ou seja, estudar demais, sem equilíbrio, não significa aprender melhor. Pelo contrário: pode gerar ansiedade, estresse, irritabilidade e frustração. Por isso, é fundamental organizar um cronograma realista, distribuindo o conteúdo ao longo dos dias, alternando períodos de foco com momentos de pausa.

Neste momento, aconselho os meus alunos a caminhar, conversar com amigos ou ouvir música, para aliviar a tensão e contribuir para que o estudante se sinta mais seguro. Enfim, confiar no próprio processo, reconhecer limites e entender que o desempenho no ENEM não depende apenas de horas acumuladas de estudo, mas de uma mente preparada, descansada e emocionalmente fortalecida. Tudo isso requer uma rotina equilibrada”, afirma a professora

No dia do exame, a organização faz toda a diferença. Conferir o local de prova com antecedência, separar os documentos exigidos, o lanche e a caneta esferográfica preta de corpo transparente são medidas simples que evitam imprevistos e garantem tranquilidade. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda que os candidatos cheguem com, pelo menos, uma hora de antecedência para evitar atrasos.

Planejamento e equilíbrio

“Apesar de não serem mais crianças do ensino fundamental 1, muitos de nossos adolescentes/jovens ainda precisam de experienciar o processo de preparação para o exame. O professor pode desempenhar um papel importante ao orientar e acompanhar os alunos nessa tarefa, até o dia da prova. Em sala, ele pode reforçar essas informações de forma clara, relembrando os itens obrigatórios, horários e a importância de visitar ou ao menos localizar o endereço do local de prova com antecedência. Promover conversas, checklists e até simulações de “dia anterior ao ENEM” pode ajudar os estudantes a se sentirem mais seguros. Além disso, o professor pode incentivar que os alunos preparem tudo com calma, na véspera, evitando improvisos. Ao transmitir tranquilidade, valorizar o planejamento e orientar sobre o cuidado emocional, o professor contribui para que cada estudante enfrente o exame de maneira mais confiante, organizada e equilibrada”, esclarece Cathia.

Com planejamento e equilíbrio, é possível transformar a reta final em um momento de confiança e segurança. Mais do que decorar fórmulas, o Enem exige preparo físico e emocional e saber cuidar de ambos é o que faz a diferença no resultado.