Aparelho ortodôntico: por que usar em qualquer idade

Especialista explica por que o acompanhamento ortodôntico é essencial em todas as fases da vida

Durante muito tempo, o aparelho ortodôntico foi associado apenas a adolescentes — e, muitas vezes, apenas à estética. No entanto, segundo a Sandra Yuki, dentista com especialização em ortodontia e atendimento a pacientes de todas as idades, o tratamento vai muito além de alinhar dentes. “A ortodontia não é apenas sobre aparência. Ela corrige funções, melhora a respiração, previne desgastes e dores articulares e ainda contribui para a autoestima e a qualidade de vida. Isso vale para crianças, adolescentes e adultos”, explica.

Quando iniciar o tratamento com aparelho ortodôntico?

A avaliação ortodôntica pode — e deve — começar na infância. Segundo a especialista, o ideal é observar o desenvolvimento das arcadas e da mordida antes mesmo da troca completa dos dentes de leite. “Quando identificamos precocemente problemas como respiração bucal, mordida cruzada ou apinhamento dentário, conseguimos agir com soluções menos invasivas e mais eficazes”, destaca Sandra.

Estudos reforçam essa importância. Uma revisão sistemática mostrou alta prevalência da necessidade de tratamento ortodôntico entre adolescentes de 12 a 15 anos. Outro trabalho da UFMG apontou melhora significativa na qualidade de vida emocional entre jovens que iniciaram o uso de aparelho fixo.

Mas, ao contrário do que muitos acreditam, a ortodontia não tem idade limite. “Hoje, é cada vez mais comum atender adultos em busca de correção funcional e estética. Com os avanços tecnológicos, os aparelhos estão mais discretos, confortáveis e eficientes. Corrigir o sorriso aos 30, 40 ou 50 anos é totalmente possível, e pode até aliviar dores na mandíbula ou melhorar a mastigação”, afirma.

Como garantir resultados eficazes?

Segundo Sandra, um tratamento ortodôntico eficaz deve começar com um diagnóstico personalizado. “Cada paciente tem um padrão facial e funcional único. O planejamento deve respeitar isso”, pontua.

O acompanhamento pode envolver uma equipe interdisciplinar, com ortodontista, fonoaudiólogo, odontopediatra e até otorrinolaringologista, dependendo do caso. “O trabalho conjunto garante resultados mais completos, porque a boca está conectada a toda a funcionalidade respiratória e postural do corpo”, acrescenta.

Outros pontos essenciais incluem:

  • Escolha do momento ideal: em crianças, depende da fase de crescimento; em adultos, do objetivo funcional e estético.
  • Comprometimento com a contenção pós-tratamento: “sem contenção, há risco de recidiva, especialmente em adultos”, alerta a dentista.
  • Acompanhamento regular: consultas de manutenção e ajustes são fundamentais para garantir eficácia e conforto.

Sinais de que é hora de procurar um ortodontista

A especialista recomenda atenção a alguns indícios que podem aparecer em qualquer idade:

  • Respiração bucal, ronco ou apneia do sono;
  • Mordida cruzada, aberta ou profunda;
  • Dentes desalinhados ou apinhados;
  • Dores frequentes na face, mandíbula ou cabeça;
  • Dificuldade para mastigar ou falar corretamente.

“Esses sinais não devem ser ignorados. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o resultado, mas sempre há tempo de corrigir e reequilibrar as funções orais”, reforça.

Ortodontia moderna: função e estética em harmonia

A especialista enfatiza que a ortodontia moderna une função e estética. “Um sorriso bonito é resultado de equilíbrio. Quando a mordida está correta e a função mastigatória adequada, a estética vem naturalmente. E isso impacta não só na aparência, mas na autoconfiança e até na forma de se comunicar”, conclui Sandra Yuki.