Juliana Prana - nutricionista da Premium
Refeições equilibradas ajudam a manter o foco, o bem-estar e a produtividade dos colaboradores
Com a chegada de dezembro na próxima semana, um fenômeno cada vez mais comum toma conta dos ambientes de trabalho: a “dezembrite”. Popular nas redes sociais e nas rodas de conversa, o termo descreve o cansaço físico e mental típico do fim de ano. Um período marcado pelo fechamento de metas, acúmulo de tarefas, confraternizações e uma carga emocional elevada. O êxito é um cenário de esgotamento generalizado, em que profissionais de diferentes áreas e níveis hierárquicos enfrentam queda de produtividade, irritabilidade e maior vulnerabilidade ao estresse e à ansiedade.
Nesse contexto, cresce o reconhecimento da nutrição corporativa como uma aliada concreta na preservação do bem-estar e da performance das equipes. Mais do que uma tendência, o cuidado com a alimentação dentro das empresas se consolida como parte essencial das políticas de saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho. Especialmente, em períodos de alta demanda como o fim do ano.
Nutrição corporativa como aliada da produtividade
Segundo Juliana Prana, coordenadora de qualidade da Premium Essential Kitchen, empresa especializada em refeições corporativas, as escolhas alimentares refletem diretamente na energia, no foco e no equilíbrio emocional dos colaboradores.
“Uma alimentação adequada ajuda a regular funções hormonais e cognitivas, reduz os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e melhora o humor. É uma estratégia que vai muito além do prato. Influencia a forma como o corpo e a mente reagem às pressões do dia a dia”, explica Juliana.
Estudos comprovam que determinados nutrientes exercem papel fundamental na regulação emocional. Alimentos ricos em triptofano, magnésio, vitamina B6 e ômega-3 estimulam a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e motivação. Frutas frescas, verduras, grãos integrais, sementes, castanhas e peixes tornam-se, assim, aliados naturais para manter a estabilidade mental e a disposição física. São dois fatores indispensáveis para quem precisa enfrentar um encerramento de ano intenso.
Hábitos alimentares e seus impactos no desempenho
De acordo com a International Stress Management Association no Brasil (Isma-Brasil), o nível de estresse entre trabalhadores brasileiros pode aumentar até 75% durante os meses de novembro e dezembro. A combinação de pressões corporativas e demandas pessoais como o fechamento de metas, avaliações de desempenho, férias escolares e compromissos sociais transforma o período em um verdadeiro teste de resistência emocional.
Para Prana, esse quadro é reflexo de cansaço acumulado ao longo do ano. Está, inclusive, diretamente relacionado a hábitos alimentares desregulados, comuns em períodos de alta pressão.
“Entre os principais fatores estão a alimentação irregular, o consumo elevado de ultraprocessados e o aumento do café e do açúcar como ‘combustível’ para manter o ritmo”, observa. O problema é que esse tipo de alimentação, embora ofereça energia imediata, provoca oscilações glicêmicas que afetam o humor, a concentração e o desempenho cognitivo.
Cuidar também é gestão
“O resultado é um ciclo de irritabilidade, cansaço e queda de rendimento, justamente o oposto do que as empresas buscam nesta fase do ano. Ao contrário, cardápios planejados com foco em nutrientes que estabilizam o metabolismo e sustentam a energia de forma contínua, como carboidratos complexos, proteínas magras e gorduras boas, ajudam o corpo a lidar melhor com longas jornadas e tensões constantes”, completa a especialista.
Esse olhar reforça a ideia de que investir em alimentação funcional dentro das empresas é também uma gestão de performance. Para organizações que desejam preservar o desempenho das equipes e reduzir afastamentos por motivos de saúde, programas de nutrição corporativa deixaram de ser um diferencial e passaram a ser um instrumento estratégico de gestão de pessoas.
Mais do que um benefício pontual, a nutrição corporativa deve ser entendida como parte de um programa contínuo de qualidade de vida. Quando alinhada às metas de engajamento e retenção de talentos, ela contribui para uma gestão mais humana, sustentável e voltada ao longo prazo.
Refeições organizadas
Empresas como a Premium Essential Kitchen têm atuado com o conceito de refeições funcionais. Elas são planejadas de acordo com o clima, a rotina e as demandas fisiológicas do corpo em cada período do ano.
Durante o verão e nas semanas que antecedem o recesso, a empresa aposta em cardápios leves. Ricos em fibras, frutas frescas, grãos integrais e fontes naturais de energia. O objetivo é reduzir o desconforto gastrointestinal, equilibrar a saciedade e favorecer o foco mental aspectos essenciais para quem precisa manter a produtividade sem comprometer o bem-estar.
Esse cuidado nutricional personalizado reflete uma nova visão sobre o papel da alimentação no ambiente corporativo. Mais do que nutrir, trata-se de sustentar a energia e a saúde emocional dos profissionais em momentos decisivos. O conceito de nutrição corporativa passa, assim, a integrar o planejamento estratégico das empresas, aproximando os setores de RH, saúde ocupacional e sustentabilidade.
Juliana ressalta que, ao cuidar da alimentação, as organizações também cuidam da cultura interna e do senso de pertencimento.
“A proposta da nutrição corporativa é transformar esse período em uma oportunidade de renovação, equilíbrio e reconhecimento coletivo. É possível encerrar o ano com leveza e disposição, sem que o cansaço tome conta. O segredo está no planejamento e no cuidado com o corpo. A alimentação é uma das formas mais simples e eficazes de fazer isso acontecer”, afirma.
Um novo modelo de produtividade
Em um contexto em que a saúde mental se tornou pauta prioritária, a nutrição corporativa desponta como uma resposta prática e acessível aos desafios do mundo do trabalho. A preocupação com refeições equilibradas e nutritivas tem efeito direto não apenas sobre o bem-estar individual. Mas, também, sobre o clima organizacional, fortalecendo relações de confiança e produtividade.
Seja em pequenas empresas ou em grandes corporações, o investimento em programas alimentares estruturados representa um gesto de cuidado que reverbera em toda a cadeia produtiva. Ao integrar saúde, produtividade e propósito, as organizações conseguem redefinir o significado da “dezembrite”.
A Prana observa que, em vez de ser sinônimo de esgotamento, dezembro pode se tornar um momento de reenergização coletiva, em que corpo e mente trabalham em harmonia para o fechamento de um ciclo com mais equilíbrio. No fim das contas, a “dezembrite” revela uma oportunidade de repensar o ritmo e o cuidado dentro das organizações.
“Ao adotar práticas que priorizem o bem-estar como oferecer refeições equilibradas e promover pausas conscientes, as empresas não apenas reduzem o estresse típico do fim de ano, mas também fortalecem um novo modelo de produtividade, mais humano e sustentável. Assim, dezembro deixa de ser o mês do esgotamento e passa a ser o ponto de virada para uma cultura de bem-estar. Um fechamento de ciclo em que corpo, mente e propósito caminham juntos, alimentando não só o desempenho, mas também o equilíbrio que impulsiona o trabalho para um novo tempo”, conclui.