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A catarata é uma das principais causas de perda de visão em cães, especialmente em animais idosos ou com doenças como diabetes.
A condição pode evoluir de forma silenciosa, e muitos tutores só percebem o problema quando o animal começa a esbarrar em objetos ou apresentar dificuldade para se orientar. Entender os sinais e o momento certo da intervenção é fundamental para preservar a qualidade de vida do pet. Paula Saraiva Gusmão, médica veterinária, na Vet Master Centro Oftalmológico, CRMV-MG 12148, especializada em Oftalmologia Veterinária, traz um panorama desses casos.
1. Quais são os principais sinais que indicam que o cão pode estar desenvolvendo catarata?
Olhos esbranquiçados ou azulados, esbarrões em móveis e paredes, dificuldade para subir ou descer degraus, além de não reconhecer pessoas com facilidade, são alguns dos sintomas mais comuns da catarata em cães. Esses sinais indicam que há uma perda progressiva da transparência do cristalino, afetando a visão do animal.
2. Em que momento a cirurgia se torna realmente necessária para preservar a visão e o bem-estar do animal?
“O melhor momento para optar pela cirurgia é quando já se observa prejuízo na visão ou na saúde ocular do cão. Os sinais de oscilação da pressão intraocular, inflamação, dor ou limitação visual significativa indicam a necessidade de cirurgia. Nem sempre o tutor percebe esses sinais, por isso é fundamental realizar consultas regulares com um veterinário oftalmologista.”
3. Como é feita a avaliação pré-operatória e quais exames determinam se o cão pode ser operado com segurança?
“A triagem pré-operatória avalia o estado geral de saúde do paciente. Os médicos solicitam exames de sangue, eletrocardiograma e ecocardiograma, além de exames oftalmológicos específicos, como:
- Biomicroscopia
- Teste de Schirmer
- Teste da fluoresceína
- Avaliação dos reflexos fotomotores
- Ultrassom ocular
- Eletroretinografia
Esses exames determinam se o animal está apto a realizar o procedimento de forma segura.”
4. Quais cuidados o tutor deve ter no pós-operatório para garantir uma boa recuperação e evitar complicações?
“Após a cirurgia, o cão deve usar colar elizabetano ou viseira protetora, além de fazer uso rigoroso dos colírios e medicações prescritos. Durante o período de recuperação, o animal não deve tomar banho, nem ficar exposto ao vento, impactos ou brincadeiras com outros cães que possam causar ferimentos.
Os pontos cirúrgicos são geralmente retirados após 20 dias, e o acompanhamento inclui, em média, quatro retornos de revisão para garantir uma recuperação completa.”