Conheça os tipos de neoplasias mais frequentes que podem acometer a cavidade abdominal e como reconhecer os sinais
No começo deste ano, Kate Middleton, a Princesa de Gales, revelou que recebeu um diagnóstico de câncer na região abdominal – sem revelar maiores detalhes. A neoplasia foi descoberta durante uma cirurgia no abdômen. E a Princesa passou por uma quimioterapia intensiva, revelando, em setembro, que ela completou o tratamento. O diagnóstico de Kate chamou atenção para o câncer de abdômen, que nos últimos anos vem aumentando o número de pessoas afetadas. Nesta matéria, você irá entender mais sobre o assunto.
Existe mais de um tipo de câncer no abdômen?
Sim. De acordo com Thiago Assunção, oncologista clínico do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), são vários os cânceres que podem acometer a cavidade abdominal. “Os mais frequentes são os cânceres de intestino – em ambos os sexos – e os cânceres ginecológicos (sobretudo ovários) nas
mulheres”, aponta.
Contudo, o profissional explica que qualquer órgão do sistema digestivo pode dar origem a um câncer, como o estômago e pâncreas. “Além desses, os cânceres urológicos, como os tumores renais ou de bexiga, também são bem incidentes. Na porção inferior do abdômen (pelve), ocorre o câncer masculino mais comum – que acomete a próstata”, indica o médico.
Atenção aos sinais
É preciso estar atento aos sinais que podem indicar perigo em relação às neoplasias que acometem a região abdominal. Conhecer o próprio corpo é essencial, visto que os principais sintomas, nestes casos, estão relacionados a uma alteração no padrão de funcionamento do intestino ou da digestão. “Também é possível perceber o aparecimento de massas ou aumento do volume abdominal. Eventualmente, pode ocorrer dor, sangramento e perda de peso de forma não intencional”, aponta o especialista.
Percebeu qualquer alteração? Procure o médico!
Você pode estar cansado de ouvir sobre isso, mas Assunção reforça a importância de buscar atendimento médico o mais rápido possível para analisar quaisquer alterações no funcionamento normal
do corpo. “Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura, pois, virtualmente, a única chance de curar esses tumores é com uma cirurgia onde se resseca todo o tumor”, enfatiza.
Se a doença for identificada logo em estágio inicial, tratamentos complementares como quimioterapia e/ou radioterapia podem não ser necessários.
Caso contrário, existe uma ampla gama de possibilidades de procedimentos que podem ser prescritos. “A depender do subtipo tumoral, estadiamento, localização e detalhes moleculares dos tumores, o oncologista vai, em conjunto com o paciente, decidir o melhor tratamento”, esclarece o oncologista.
Sem medo do processo
Os tratamentos contra o câncer costumam causar medo nos pacientes devido aos efeitos colaterais que os acompanham. Efeitos esses que, segundo o médico, variam conforme os esquemas de tratamento utilizados. “Os principais são fadiga, náusea, alterações nos exames de sangue e por vezes a alopécia (queda de cabelo)”, elenca.
Porém, podemos e devemos nos apoiar nos avanços da ciência para amenizar esse receio. “Não só os tratamentos, mas sobretudo as medicações de suporte à quimioterapia, tiveram grandes avanços nos últimos anos, o que nos permitiu controlar com muito mais segurança esses potenciais efeitos colaterais”, conclui Thiago Assunção.