Entenda o tratamento da Síndrome geniturinária da menopausa Freepik

Especialista explica sobre cremes de estrogênio: quando usar, como funcionam e quais cuidados adotar com a terapia local

Ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais, coceira, ardência e até infecções urinárias de repetição. Esses são apenas alguns dos sintomas que fazem parte da chamada síndrome geniturinária da menopausa, um conjunto de alterações causadas pela queda na produção de estrogênio. Embora ainda pouco falada, a SGM tem tratamento, e o uso de terapia hormonal tópica com estrogênio é um dos mais eficazes e seguros. Além do laser vaginal que também promove estímulo do colágeno local, com melhora dos sintomas.

A ginecologista Camila Martin Massutani recomenda especialmente os tratamentos locais para mulheres que apresentam sintomas urogenitais moderados a intensos. “A terapia local com estrogênio reestrutura os tecidos da vulva, vagina e trato urinário inferior. Com uso correto, conseguimos restaurar a lubrificação, reduzir infecções, dor e desconforto nas relações. A melhora pode ser notada nas primeiras semanas”, explica a médica. Bem como uso de tecnologia local como o laser. O tratamento com hormônio sistêmico também pode pode contribuir para a melhora dos sintomas.

Quando usar?

Quando a paciente apresenta sintomas ou quando observamos mudança do padrão da mucosa durante o exame físico. Além disso, mulheres com histórico de trombose, câncer hormônio-dependente ou doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, pode eventualmente ter alguma restrição ao tratamento sistêmico, assim os tratamentos tópicos são de extrema importância.

“Muitas vezes, as pacientes se assustam com o termo ‘hormônio’, mas o tratamento local vaginal têm ação localizada, com mínima absorção para o restante do corpo. Por isso, são considerados seguros, inclusive para mulheres com contra indicações à terapia sistêmica, desde que haja acompanhamento médico”, orienta Camila.

Diagnóstico e tratamento pós menopausa

O diagnóstico da SGM é clínico, feito por meio de conversa com a paciente, exame ginecológico e, em alguns casos, avaliação do pH vaginal e exames complementares. “O mais importante é escutar a paciente com atenção e explicar que isso é comum, tem nome e tem solução”, orienta a especialista.

O tratamento com estrogênio tópico é simples, mas exige acompanhamento especializado. “A aplicação costuma ser feita duas a três vezes por semana, mas o esquema deve ser individualizado. Antes de iniciar o tratamento, é importante avaliar mamas e útero, especialmente em pacientes com histórico de câncer.

Camila acrescenta que os efeitos do tratamento costumam ser perceptíveis logo nas primeiras semanas de uso, com melhora significativa no conforto íntimo, autoestima e bem-estar da mulher. “O importante é desmistificar a terapia hormonal e entender que hoje temos recursos eficazes e seguros para atravessar a menopausa com qualidade de vida”, finaliza a especialista.