Vale a pena ser influenciador em 2025? Especialista responde! Trabalhar com transparência nas redes sociais contribui para a relevância dos influenciadores em 2025, segundo especialista (Foto: FreePik)

Dri Elias, especialista em influência com propósito, fala sobre mudanças no mercado e dá dicas para iniciantes nas redes sociais

Ser famoso nas redes sociais, protagonizar campanhas de publicidade e ser reconhecido nas ruas parece um sonho, não é? E é! Pelo menos para 75% dos jovens brasileiros, que ainda desejam viver da criação de conteúdo produzido para a internet. Mas a realidade é que apenas 9% conseguem fazer disso sua única fonte de renda. A promessa de liberdade, sucesso e reconhecimento continua viva, mas o novo Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil 2025 mostra que o mercado está mudando — e rápido.

Segundo o Censo, feito com mais de 4.500 influenciadores digitais, a chamada capacidade de influenciar usuários das redes sociais não gira mais em torno de números, e sim de relevância. A nova influência é de nicho. Em outras palavras: não adianta só viralizar, tem que ter algo a dizer. O mesmo estudo mostrou que 83% dos criadores têm até 100 mil seguidores — e são exatamente esses os mais disputados pelas marcas. Por quê? Porque eles falam com verdade, com conexão real.

“Influenciar é construir comunidades. E, para isso, é preciso ter verdade no conteúdo e consistência na presença”, explica Dri Elias, fundadora da agência de marketing digital CoCreators Collab e especialista em influência com propósito no Brasil.

K-pop ou futebol feminino?

E como identificar os melhores nichos? Na verdade, não é preciso, já que há espaço para todo mundo. Pode ser K-pop, futebol feminino, maquiagem, pets, memes de história, espiritualidade, games, literatura… Não importa. Nicho não limita ninguém, e sim fortalece.

Esse novo perfil de aderência digital permite que o influenciador interaja com quem vibra na sua frequência. Prova disso é a ascensão de movimentos como #BookTok (comunidade de leitores de livros e e-books) ou #CleanTok (comunidade focada em limpeza e organização doméstica), que não só criam comunidades, mas também influenciam o consumo e o comportamento das pessoas.

Fama de influenciador

Muita gente esquece, mas ser influenciador também é lidar com pressão, cobrança e exposição. Quase 30% dos criadores dizem se sentir ansiosos, cansados e sozinhos, de acordo com o Censo. E 86% ainda cuidam de tudo sem colaboradores, fazendo desde edição de vídeos até contratos com marcas.

Por isso, quem deseja mergulhar nesse universo e começar a produzir conteúdo deve privilegiar a saúde mental, contar com mentores ou especialistas, e ler todos os contratos antes de aceitar trabalhos publicitários. Conheça outras dicas da especialista Dri Elias:

1 – Autenticidade é tudo

Seja você, de verdade. Não force um personagem. Fale sobre o que você vive e acredita.

2 – Jogue limpo

Aja sempre com transparência. Trabalhos publicitários (“publis”) devem ser identificados, sem exceção. Isso gera respeito do público.

3 – Ofereça valor

Os seguidores esperam informações relevantes do influenciador. Pode ser humor, dica útil, representatividade ou emoção. Assim, antes de vender, entregue algo.

4 – Cuidado com fórmulas mágicas

Ninguém bomba em 30 dias com curso de “segredo do algoritmo”. Por isso, pesquise e selecione bem as fontes onde você busca orientações.

5 – Priorize sua saúde mental

Sua mente é seu ativo mais importante. Cuide bem dela. Não se compare nem confunda like com reconhecimento de valor.  

6 – Qualidade importa mais

Na guerra entre qualidade e quantidade, a qualidade sempre ganha. É melhor um vídeo feito com propósito do que 10 produzidos por mera obrigação.

Edição: Fernanda Villas Bôas