7 dicas para treinar a resiliência em tempos de crise

Como treinar o cérebro para lidar com instabilidades econômicas, políticas e pessoais sem perder o equilíbrio

As crises econômicas, os conflitos políticos e até mudanças pessoais repentinas podem colocar o cérebro em estado de alerta contínuo. Nesse cenário, manter o equilíbrio passa a ser um desafio, mas também uma habilidade que pode ser desenvolvida. Psicóloga, neurocientista e especialista em neuroliderança reuniram estratégias para treinar a mente a lidar com o inesperado.

Respire e faça pausas

“O primeiro passo é aprender a reduzir a ativação do sistema de ameaça. Técnicas de respiração consciente e pequenas pausas ao longo do dia ajudam a acalmar a mente e devolvem clareza às decisões”, orienta Rogério Babler, especialista em neuroliderança e CEO da mhconsult.

Questione seus pensamentos

“Muitas vezes, a ansiedade se alimenta de previsões catastróficas que não correspondem à realidade. A reestruturação cognitiva ajuda a substituir pensamentos distorcidos por percepções mais equilibradas”, explica a psicóloga Mariane Pires Marchetti, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental.

Defina prioridades

“Quando o excesso de informações domina, o cérebro se sobrecarrega e reage com estresse. Filtrar o que realmente importa e estabelecer prioridades é essencial para manter o foco no que está sob controle”, afirma Rogério Babler.

Apoie-se em vínculos sociais

“O apoio emocional é um fator de proteção. Ter vínculos sólidos faz com que a pessoa se sinta menos sozinha diante das mudanças, o que reduz a vulnerabilidade e aumenta a resiliência”, destaca Mariane Pires Marchetti.

Estimule a plasticidade cerebral

“Aprender algo novo fortalece o córtex pré-frontal e melhora a flexibilidade cognitiva. Isso aumenta a capacidade do cérebro de se adaptar a transformações inesperadas”, explica o neurocientista André Leão.

Cuide do corpo para cuidar da mente

“Hábitos como sono regulado, alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos influenciam diretamente a estabilidade emocional e reduzem os efeitos do estresse”, acrescenta Mariane Pires Marchetti.

Resignifique mudanças

“O cérebro pode interpretar transformações como ameaça ou como oportunidade. Quando treinamos nossa mente para enxergar ganhos em meio ao caos, ativamos o sistema de recompensa e fortalecemos a motivação”, afirma o neurocientista André Leão.

Para os três especialistas, o recado é claro: não podemos controlar a política ou a economia, mas podemos treinar o cérebro para reagir com equilíbrio. Como resume Rogério Babler, “mudança é inevitável, mas sofrimento desnecessário pode ser evitado”.