
O cirurgião-dentista Adriano Rafael explica que o nome clínico da condição é diastema e que é possível os dentes se separarem mesmo na vida adulta
Há quem não goste, mas há também quem ache um charme. São vários os famosos com diastema, que são os dentes separados. Sem dúvida, Madonna é uma das pioneiras na aceitação e na valorização do diastema, considerando-o um atrativo, uma característica única ao invés de algo que precise ser corrigido.
Vários famosos aprenderam a amar o “defeito”
Mas nem todos tiveram sempre essa aceitação. No início da sua carreira de modelo, Lauren Hutton foi aconselhada a “corrigir” o diastema. Com receio de prejudicar sua carreira, ela contou que improvisou uma solução com cera utilizada em funerais para disfarçar temporariamente essa particularidade.
A modelo Georgia May Jagger e as atrizes Vanessa Paradis e Anna Paquin encaram o espaço extra entre os dentes como parte da beleza natural e não um empecilho para a carreira.
Dono do diastema mais famoso do Brasil, Ney Matogrosso disse em uma entrevista à Rolling Stone que execra os tratamentos de imagem que deixam todos iguais.
Segundo Adriano Rafael, cirurgião-dentista e especialista em cirurgia plástica periodontal, implantes e prótese sobre implantes, o diastema é o termo utilizado na odontologia para se referir ao espaçamento anormal entre dois dentes, mais comumente observado entre os incisivos centrais superiores (os dois dentes da frente). “Embora possa ocorrer em qualquer região da arcada dentária, sua presença na zona anterior é a que mais costuma causar preocupação estética”, diz o dentista.
Possíveis causas para o diastema
Adriano Rafael explica que diversos fatores anatômicos, funcionais e comportamentais podem causar o diastema. Ele citou as mais comuns estão:
- Freio labial hipertrófico: Quando o freio labial superior é espesso e se insere muito próximo aos incisivos centrais, pode impedir a aproximação desses dentes.
- Desproporção entre o tamanho dos dentes e o arco dentário: Dentes pequenos em uma arcada larga podem resultar em espaços entre eles.
- Hábitos orais: Sucção digital (chupar o dedo), empurrar os dentes com a língua ou uso prolongado de chupeta podem contribuir para a formação do diastema.
- Perda dentária: A ausência de dentes pode levar ao deslocamento dos dentes adjacentes, criando espaços.
- Doença periodontal: A perda de suporte ósseo por inflamação gengival pode causar mobilidade e separação dentária.
- Fatores genéticos: Os fatores genéticos influenciam a tendência ao diastema.
O cirurgião-dentista afirma que existe a possibilidade do diatema acontecer em qualquer momento da vida. “É possível que os dentes se separem ao longo do tempo devido a mudanças na estrutura óssea, perda de dentes, doenças periodontais ou hábitos orais prejudiciais. A movimentação dentária também pode ocorrer naturalmente com a idade, especialmente se não houver contenção adequada após tratamentos ortodônticos”, destacou.
Adriano Rafael orienta como evitar o desenvolvimento ou agravamento do diastema:
- Manter uma boa higiene bucal e visitar regularmente o dentista.
- Tratar precocemente doenças gengivais.
- Evitar hábitos como sucção do dedo empurrar a língua contra os dentes.
- Corrigir desalinhamentos dentários ou maloclusões com orientação profissional.
- Substituir dentes perdidos com reabilitação protética ou implantes, quando indicado.
Possíveis tratamentos contra os dentes separados
O tratamento do diastema depende da causa, extensão e das necessidades estéticas e funcionais do paciente, aponta o especialista. Ele elencou as principais abordagens:
- Ortodontia: O uso de aparelhos fixos ou alinhadores invisíveis para movimentar os dentes e fechar os espaços.
- Frenectomia: Cirurgia para remoção ou reposicionamento do freio labial quando ele é responsável pelo espaçamento.
- Restaurações estéticas: Uso de resinas compostas (facetas diretas) ou lentes de contato dental (facetas cerâmicas) para fechar o espaço com harmonia estética.
- Reabilitação protética: Coroas, pontes ou implantes podem ser indicados quando o diastema é causado por ausência dentária.
- Tratamento periodontal: Em casos relacionados à perda óssea, o controle da doença gengival é fundamental antes de qualquer correção estética ou funcional.
“É fundamental realizar uma avaliação com um cirurgião-dentista para determinar a causa exata do diastema e definir o plano de tratamento mais adequado para cada caso”, conclui.