Primavera chegou: adote tons vibrantes sem perder a elegância Divulgação

Guia prático para adotar cores intensas com harmonia, proporção e versatilidade, do trabalho ao fim de semana

Com a chegada da primavera, os tons vibrantes voltam ao centro das vitrines e do feed. A escolha das cores, porém, não é só tendência: estudos em psicologia das cores indicam que entre 62% e 90% da avaliação inicial sobre pessoas e produtos pode estar ligada à cor das avaliações iniciais que fazemos diante de pessoas e produtos, o que explica por que combinações bem dosadas passam uma imagem imediata de sofisticação. Em outras palavras, intensidade não precisa significar excesso. Para equilibrar energia e refinamento, vale observar saturação, contraste e contexto de uso.

Intenção e equilíbrio no look

Referência nacional em moda, beleza e lifestyle, a influenciadora Ana Paula Ferreira acompanha de perto a transição de tendências para a vida real. Ela explica que o segredo está na intenção do look e na arquitetura das combinações: “Cores intensas funcionam melhor quando existe equilíbrio. Penso primeiro na mensagem que quero passar e depois ajusto proporção, textura e modelagem para que o resultado fique sofisticado.”

Na prática, o ponto de partida mais seguro é construir base neutra e acrescentar cor de forma estratégica. Um vestido de alfaiataria em tom vibrante ganha sobriedade com sandálias minimalistas e bolsa estruturada; já jeans reto e camisa branca recebem energia com blazer fúcsia ou verde-lima. Para quem prefere começar aos poucos, acessórios fazem o papel de “interruptor de cor”: scarpin cereja, clutch laranja, óculos em acetato azul. “Quando a cor é protagonista, o restante do look precisa conversar com ela. Menos informação, mais intenção”, diz Ana.

Cuidado nas cores

Outra rota elegante é o tonalismo: variações da mesma família cromática criam profundidade sem ruído visual. Rosa em três intensidades, por exemplo, rende look contemporâneo e feminino; verdes em gradiente evocam frescor e conectam com a estação. O color blocking segue válido, mas pede linhas limpas e acabamento impecável. Pense em blocos bicolores (azul-royal com vermelho escuro; uva com rosa queimado) e evite misturar muitas texturas no mesmo conjunto. Tecidos planos, caimento preciso e boa manutenção, ferro, vapor, barra no lugar, fazem total
diferença.

A modelagem é aliada central para domar a exuberância dos vibrantes. Cortes de alfaiataria, saias midi em A, calças retas e camisas com colarinho estruturado funcionam como “moldura” da cor. Estampas entram como tempero: padronagens com fundo neutro suavizam pinks e amarelos; desenhos miúdos preservam sofisticação em ambientes formais, enquanto grafismos maiores combinam com eventos e produções urbanas. “Se a cor acende, a silhueta se organiza. Ajuste de barra, ombro no lugar e comprimento correto são detalhes que transformam”, comenta a influenciadora.

Regra 80/20 e paleta pessoal

Também vale considerar contexto e luz. Em escritórios, tons intensos se saem bem em peças únicas (blazer, saia lápis, camisa) combinadas a neutros clássicos; à noite, o brilho controlado de cetim, crepe ou seda realça a cor sem exagero. Em ambientes externos, vermelhos abertos, verdes vivos e amarelos quentes favorecem fotografias e criam presença imediata. A make acompanha a proposta: pele leve, boca definida ou delineador gráfico atualizam o visual sem competir com a roupa. Cabelo polido ou ondas suaves arrematam a imagem.

Para quem ainda hesita, pense em proporção 80/20: oitenta por cento neutros, vinte por cento vibrantes. Essa regra simples preserva a versatilidade do armário e evita compras impulsivas. Outra dica útil é mapear a paleta pessoal, temperatura (quente/fria) e profundidade (clara/escura), o que facilita escolhas mais harmônicas com pele, olhos e cabelo. “A cor certa ilumina o rosto e entrega elegância instantânea. Quando a gente se sente bem, o look trabalha a nosso favor”, conclui Ana Paula Ferreira.