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Segundo o pediatra Luis Pimenta, especialista em psiquiatria infantil, identificar precocemente os sintomas é essencial para o desenvolvimento emocional saudável das crianças
Nos últimos anos, o número de crianças com sintomas de ansiedade tem crescido de forma significativa. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 em cada 5 crianças apresenta algum transtorno emocional, e a ansiedade é uma das condições mais comuns entre elas. A pandemia, a pressão escolar e o uso excessivo de telas intensificaram esse cenário, tornando essencial que pais e educadores saibam reconhecer quando o medo e a preocupação passam do limite do esperado para a idade.
De acordo com o Dr. Luis Pimenta, “é normal que a criança sinta medo antes de uma prova ou preocupação em situações novas, mas quando esses sentimentos são intensos, frequentes e começam a afetar o sono, o apetite ou o desempenho escolar, é hora de buscar ajuda profissional”. O médico explica que, nesses casos, a ansiedade deixa de ser uma emoção passageira e se torna um transtorno que pode comprometer o desenvolvimento.
Sintomas são sutis
Os sinais de ansiedade infantil nem sempre são fáceis de perceber. “Algumas crianças se queixam de dores de barriga ou de cabeça sem causa médica, outras ficam irritadas, choram com facilidade ou se recusam a ir à escola”, afirma Dr. Luis Pimenta. Ele destaca ainda que a criança ansiosa não está “fazendo manha”, mas tentando lidar com emoções que ainda não sabe nomear.
Procurar um psiquiatra infantil é fundamental quando a ansiedade interfere nas atividades diárias, nas amizades ou na vida escolar. “Na consulta, avaliamos a criança de forma ampla, considerando fatores biológicos, familiares e emocionais. Cada caso é único, e o tratamento deve ser adaptado à idade e à intensidade dos sintomas”, explica o médico.
Busque tratamento
O tratamento costuma envolver psicoterapia infantil, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, considerada uma das mais eficazes para ansiedade. “A terapia ajuda a criança a identificar pensamentos negativos e desenvolver estratégias para enfrentar o medo”, diz Dr. Luis Pimenta. Em alguns casos, o uso de medicação pode ser indicado, sempre com acompanhamento próximo e explicações claras à família. “O remédio não muda a personalidade da criança; ele ajuda a equilibrar sintomas que estão impedindo o aprendizado e a socialização.”
O especialista reforça que os pais têm papel central no processo de recuperação. “Rotinas previsíveis, diálogo aberto e incentivo à autonomia são atitudes simples que fazem diferença. Quando os pais aprendem a acolher e validar as emoções do filho, ele se sente mais seguro para lidar com os desafios.”
Dr. Luis Pimenta lembra que a ansiedade infantil tem tratamento e que quanto mais cedo o cuidado começa, melhores são os resultados. “Não é um problema de fraqueza ou de criação, e sim uma condição emocional que merece atenção. Com o suporte certo, a criança pode voltar a se desenvolver de forma plena e confiante.”