Entenda desafios emocionais que permeiam os processos de transformação e mudança de vida
‘’Ano novo, vida nova’’. Para alguns, esse é o lema para 2024. O começo de um novo ano é sempre um convite para mudar hábitos que não estejam nos fazendo tão bem. Ou pelo simples fato de estar precisando de uma motivação a mais para viver os novos dias e meses de forma mais alegre. Emagrecer, parar de fumar, ir bem nos estudos, passar no vestibular, cuidar da ansiedade, fazer e refazer laços afetivos. Inúmeros são os motivos que nos obrigam a mudar.
Seja qual for a sua meta para o próximo ano, é preciso entender e respeitar os processos emocionais desse crescimento para que ele aconteça de forma positiva. E para que você consiga sustentar a decisão. “Mudar pode ser um processo difícil e doloroso para muitas pessoas. Tudo vai depender de seu grau de inteligência emocional, que nada mais é do que a habilidade de reconhecer, interpretar e reagir às suas próprias emoções e das outras pessoas, que fazem parte do seu relacionamento interpessoal”, esclarece Maurício Souto, palestrante e autor do livro O Poder do ânimo.
A mudança vem de dentro
Souto destaca que, para um “novo começo” dar certo, primeiro é preciso avaliar como a pessoa está se sentindo. Isso porque, esse processo de mudança faz com que o estado emocional seja bastante afetado. Já que será criada uma nova situação, um novo desafio, diferente daquilo que a pessoa já conhecia e estava acostumada.
Segundo o profissional, alguns pontos devem ser priorizados durante essa fase, para que seja mais fácil aceitar a própria decisão como algo concreto, e não efêmero. “É importante que a pessoa tenha consciência do porquê está mudando, mas também regule e gerencie suas emoções. Além do mais, é preciso que ela se sinta bastante motivada para proceder a essas mudanças, pois o desejo de mudar deve partir inicialmente de uma motivação intrínseca, isto é, de satisfazer uma necessidade interna, e não em busca apenas de recompensas externas como reconhecimento, fama e dinheiro, por exemplo.”
Clareza no pensamento, confiança na ação
Souto conta quais estratégias podem ser recomendadas para lidar com os desafios emocionais durante os períodos de mudança. Não esquecer a motivação que te fez querer recalcular a rota é o principal trunfo nessa hora. “É importante estar ciente de que as mudanças estão sendo feitas em função de novos objetivos; então o alinhamento entre a mudança e os objetivos deve acontecer. Precisa ter clareza de onde está e aonde quer chegar. Isso gera segurança e uma maneira mais autoconfiante de lidar com os medos, que podem ser reais ou imaginários”, explica o palestrante.
E quando bate aquela dúvida paralisante sobre estar, ou não, no caminho certo? Para Souto, o segredo está em acreditar que a vontade de vencer é maior que o medo de perder, de dar errado. “Acreditar em si mesmo, ter determinação e persistência é crucial para o processo”, pontua.
Mudar é difícil mesmo
E muito! Não tem como negar que o processo de mudança é desafiador e trabalhoso, e exige uma demanda maior de energia de quem a está realizando. Em seu livro O Poder do Ânimo, Souto aponta dois principais motivos que levam as pessoas a buscarem transformação: o grau de insatisfação com o momento que estão vivendo; e a identificação da necessidade e desejo de atingir um patamar maior.
De acordo com ele, depois de identificar o estímulo, é a hora de investir no autoconhecimento com o objetivo de conhecer seus pontos fortes e limitações “Definido isso, é necessário, inicialmente, estabelecer metas pequenas, micrometas, e ir realizando-as aos poucos, até atingir um nível de autoconfiança mais elevado para tomar novas e maiores decisões. Isso vai te permitir passar pelo processo de com mais calma, serenidade e tranquilidade”, orienta o profissional, que acrescenta: “Querer fazer tudo ao mesmo tempo, vai gerar desgaste emocional e estresse.”
Metas para o próximo ano!
Mesmo que seja difícil, é muito importante ter planos para os próximos passos. E para iniciar bem o ano, Souto considera imprescindível investir no autoconhecimento, saber onde está e para onde deseja ir. “Avaliar quais atitudes e comportamentos trouxeram bons resultados para a sua vida e quais ações ou posturas lhe deixaram frustrado; analisar também o que foi feito de positivo e o que pode ser descartado, deixado para trás, a fim de se libertar de tudo o que pesa e dificulta o caminho”, indica.
Ainda, segundo ele, é igualmente necessário avaliar quais são as crenças que estão orientando a caminhada, pois quando a desesperança é maior que o desejo de mudar, fica difícil dar o primeiro passo e evoluir no processo. “Talvez muitas dessas crenças já não fazem mais sentido, e há necessidade de mudá-las. Deve-se, também, assumir o controle sobre os pensamentos e emoções, privilegiando pensamentos e emoções positivas e construtivas”, acrescenta o autor.
“Para sair da zona de conforto, precisamos de motivação no início, mas ela passa. E é aí que entra a necessidade de disciplinar as ações, isto é, continuar fazendo todos os dias, nem que seja dado um pequeno passo.”