A temporada de escorpiões começou! Veja como lidar com picadas Freepik

Com a chegada do clima mais quente e seco, cresce a atividade dos escorpiões em áreas urbanas. Especialista alerta para os riscos à saúde e orienta sobre prevenção e primeiros socorros.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2023, o Brasil registrou mais de 340 mil acidentes com animais peçonhentos. Cerca de 200 mil causados por escorpiões — o equivalente a quase 59% do total. O alto índice coincide com o comportamento típico desses animais durante os meses de agosto e setembro. Esse período em que as condições climáticas mais quentes e secas favorecem sua atividade. Nessa época do ano, os escorpiões intensificam a busca por alimento e abrigo, saindo de seus esconderijos naturais e circulando em áreas urbanas, o que aumenta significativamente o risco de acidentes com picadas desses animais.

“Os principais riscos à saúde após uma picada de escorpião estão relacionados aos efeitos do veneno, que pode provocar desde dor intensa no local, salivação e sudorese excessivas, náuseas e vômitos, até manifestações sistêmicas graves, como alterações neurológicas, cardiovasculares e respiratórias, que podem evoluir rapidamente, principalmente entre as crianças e os idosos. Em casos graves, pode levar a complicações potencialmente fatais”, explica Fabiana Romanello, médica infectologista com atuação no Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.

A especialista orienta como agir em casos de picadas:

  • Em primeiro lugar, lave bem o local da picada com água e sabão;
  • Evite amarrar o membro que recebeu a picada com torniquete, cortar, sugar ou aplicar qualquer substância caseira, como álcool, fumo ou outros produtos populares, pois essas ações podem piorar e agravar o quadro;
  • Mantenha a vítima calma e imobilizada para evitar a disseminação rápida do veneno;
  • Acione imediatamente o atendimento médico, de preferência um hospital referência que tenha o soro antiescorpiônico, para acesso ao tratamento adequado.

“Entre as crianças e os idosos, o cuidado deve ser redobrado. O primeiro grupo, por ter um corpo menor a quantidade de veneno em relação ao peso é proporcionalmente mais alta, podendo causar intoxicação grave de forma rápida. Entre os idosos, há mais vulnerabilidade devido à presença das comorbidades já existentes e o veneno do escorpião vai acionar e agravar essas doenças pré-existentes, sejam cardíacas, pulmonares ou qualquer outra que exista”, esclarece a infectologista.

Prevenção é fundamental!

“A prevenção depende de todos! Para evitar acidentes com escorpiões, é fundamental não acumular lixo, entulho ou materiais que possam servir de abrigo para esses animais. Jardins e quintais devem ser mantidos limpos e livres de folhas secas ou restos de vegetação. Também é importante vedar frestas em portas e paredes, além de manter ralos sempre protegidos com telas. Outro cuidado importante é sacudir bem roupas, toalhas e calçados antes de usá-los, principalmente quando estiverem guardados por muito tempo”, ressalta Romanello.

A médica destaca ainda a importância da orientação das crianças, ensinando-as a identificar os escorpiões e reforçando que não devem tocá-los ou tentar capturá-los, mas manter distância e sempre avisar um adulto sobre a presença desses animais.