A empresária conta episódio de crise e como mudou hábitos para recuperar o equilíbrio emocional
A empresária Bruna Tavares contou, em entrevista ao UOL, que viveu um episódio de burnout em 2019, quando o ritmo intenso de trabalho e a pressão das redes sociais afetaram sua saúde mental. “Já tive um burnout por causa disso. Eu estava deitada na cama, o celular começou a vibrar e tive uma crise de pânico. Fiquei paralisada, com o coração acelerado. Chamei meu marido e disse que não sabia o que estava acontecendo”, relatou.
Bruna explicou que o som da vibração do celular acabou se tornando um gatilho emocional. “Depois percebi que o gatilho era o som da vibração. Até hoje meu celular não vibra, fica apenas no silencioso. Foi do dia para a noite. Ainda levei semanas para começar a voltar ao normal”, disse.
Burnout tem cura, sim
De acordo com a psicóloga Denise Milk, superar um burnout é um processo possível, mas exige tempo, paciência e mudanças reais na rotina. “Muita gente acredita que basta tirar alguns dias de descanso para se recuperar, mas o burnout pede algo mais profundo. É preciso repensar o estilo de vida e a forma de lidar com as próprias demandas”, explica.
A especialista ressalta que o apoio profissional é essencial. “A terapia ajuda a identificar o que levou ao esgotamento e a desenvolver estratégias para não repetir o mesmo padrão. Além disso, o acompanhamento psicológico traz ferramentas para lidar melhor com o estresse e fortalecer o equilíbrio emocional”, orienta.
Um dia de cada vez
Segundo Denise, pequenas mudanças podem fazer toda a diferença na recuperação. “Estabelecer pausas ao longo do dia, aprender a dizer não e se desconectar das telas em determinados momentos são atitudes simples, mas poderosas. Elas ajudam o cérebro a descansar e a reduzir o nível de tensão acumulado”, afirma.
A psicóloga destaca ainda a importância de respeitar o próprio ritmo. “Cada pessoa tem um tempo diferente de recuperação. Comparar-se aos outros só aumenta a ansiedade. O foco deve estar em ouvir o corpo, cuidar da mente e celebrar os pequenos avanços”, completa.
Hoje, Bruna segue uma rotina mais equilibrada e consciente, priorizando momentos de pausa e autocuidado. Para Denise, essa mudança mostra que é possível transformar o sofrimento em aprendizado. “Quando o burnout é enfrentado com responsabilidade e autoconhecimento, ele pode se tornar um ponto de virada. É uma oportunidade de construir uma vida mais leve, saudável e alinhada com o que realmente importa”, conclui.
