6 hábitos que ajudam a prevenir o câncer de mama

O consumo de álcool e dietas ultraprocessadas elevam em mais de 20% e 25% as chances de diagnóstico, respectivamente

O Outubro Rosa é o mês globalmente dedicado à conscientização e ao combate ao câncer de mama. A doença é o tipo de câncer que mais afeta e mata mulheres em todo o mundo. E além da importância da testagem, especialistas reforçam que a prevenção através da medicina do estilo de vida é uma ferramenta poderosa e muitas vezes subestimada contra essa ameaça perigosa.

Como prevenir o câncer de mama?

“A mamografia é um passo essencial para cuidar da saúde da mulher, mas não é o único. Quando associamos exames de rotina a escolhas saudáveis no dia a dia, como se alimentar bem e praticar atividades físicas, criamos uma poderosa rede de proteção contra o câncer de mama”, afirma Miguel Lemos, médico e coordenador da pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida da Afya. O especialista relembra que a mamografia e a consulta médica regular facilitam o diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura em até 95%. “A prevenção é uma jornada diária, e o Outubro Rosa é o momento ideal para lembrarmos disso.”

A medicina do estilo de vida foca em seis pilares principais:

  1. Alimentação saudável;
  2. Atividade física;
  3. Sono de qualidade;
  4. Controle do estresse;
  5. Relacionamentos interpessoais positivos;
  6. Cessação do tabagismo e consumo de álcool.

Adotar esses hábitos não apenas melhora a qualidade de vida, mas também reduz significativamente o risco de desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer.

Estudo inovador

Um estudo recente realizado com mulheres que sobreviveram ao câncer de mama publicado pelo New England Journal of Medicine (NEJM), por exemplo, indica que a prática regular de exercícios foi capaz de reduzir em 28% o risco de o câncer retornar ou de o paciente desenvolver novos tumores. O grupo de pacientes que participou do programa de exercícios teve uma redução de 37% no risco de morte.

Estudos internacionais ainda mostram que o consumo de álcool pode aumentar em mais de 20% a probabilidade de se desenvolver a doença. Além disso, dietas ricas em alimentos ultraprocessados e fast food também estão relacionadas ao risco até 25% maior de diagnóstico de câncer de mama.

Aumento de mortes

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o número de óbitos por essa doença tenha ultrapassado a marca de 18 mil em 2021, a grande maioria mulheres.  O país registrou aproximadamente 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no biênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

As regiões Sul e Sudeste apresentam as taxas mais altas de mortalidade ajustada, e pesquisas recentes mostram que cerca de 40% das brasileiras ainda desconhecem fatores de prevenção para o câncer de mama, evidenciando a necessidade de campanhas educativas mais assertivas.

Em todo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2022, tenham sido diagnosticados cerca de 2,3 milhões de novos casos da doença, resultando em aproximadamente 670 mil mortes. O câncer de mama é hoje o tipo mais frequente entre mulheres em 157 de 185 países monitorados pela OMS, e metade dos casos ocorre em pessoas sem fatores de risco específicos além do sexo e da idade. Esses números reforçam a urgência de estratégias universais de prevenção e detecção precoce.