
Para o psicanalista Jarbas Caroni, especialista em PNL e neurociência, acessar mecanismos inconscientes permite proteger a saúde mental de empresários e empreendedores
O ambiente corporativo brasileiro vive uma crise silenciosa. O burnout, esgotamento físico e mental associado ao trabalho excessivo, já atinge cerca de 30% dos trabalhadores no país, conforme dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANMT). A síndrome já era responsável por afastamentos e aposentadorias no Brasil, amparados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pelo Judiciário. Com o reconhecimento oficial da OMS, a urgência de medidas preventivas e de atenção à saúde se torna ainda mais evidente.
Para o psicanalista Jarbas Caroni, especialista em Programação Neurolinguística (PNL) e neurociência, esses dados reforçam a urgência de intervenções eficazes. Ele destaca a psicanálise como uma abordagem capaz de promover esse enfrentamento. Ela pode revelar as motivações inconscientes por trás da compulsão pelo trabalho, como medo de fracassar, necessidade de aprovação e sentimento de inadequação. “A psicanálise permite que o indivíduo reconheça padrões invisíveis que o empurram além de seus limites. Estabelecendo assim fronteiras mais saudáveis entre vida profissional e pessoal”.
Psicanálise como aliada
O tratamento psicanalítico desempenha um papel essencial na redução da ansiedade e na melhoria da qualidade do sono, pilares para restaurar o bem-estar. Caroni ressalta também os impactos positivos para a liderança: “Ao lidar com suas angústias internas, o líder se transforma: preserva produtividade e desenvolve uma abordagem mais humana. É uma mudança que fortalece o indivíduo e beneficia toda a equipe”.
Na prática, Caroni aplica técnicas específicas que combinam psicanálise, PNL e neurociência para tratar executivos em burnout. Entre as principais abordagens estão a análise dos sonhos para identificar conflitos inconscientes relacionados ao trabalho, técnicas de ressignificação de crenças limitantes através da PNL, e exercícios de mindfulness baseados em neurociência para regular o sistema nervoso. “Utilizamos também a técnica de livre associação para que o paciente conecte suas reações corporativas com experiências passadas, permitindo uma compreensão mais profunda dos gatilhos emocionais que levam ao esgotamento”, explica o especialista.
Diante da crescente prevalência de burnout no Brasil, Jarbas Caroni afirma que cabe às empresas incorporarem a saúde mental como parte da estratégia corporativa. Investindo não apenas em produtividade, mas na sustentabilidade psicológica de seus profissionais.