
O astrólogo Victor Valentim explica o significado, origem e se é necessário auxílio espiritual para ser jogado
Desde as civilizações antigas, a humanidade procura entender os mistérios da vida e prever o futuro através de oráculos. Uma dessas ferramentas é o Baralho Cigano. Ele ficou conhecido no Brasil por este nome, mas o original na Europa é Baralho Lenormand.
Como surgiu o Baralho Cigano?
De acordo com o astrólogo e tarólogo Victor Valentim, ele surgiu por volta de 1804, na França, em plena Era Napoleônica. “Ele foi inspirado nas leituras de uma oraculista famosa chamada Mademoiselle Lenormand, que ficou conhecida por atender figuras importantes da época com suas cartas. Quando esse baralho chegou ao Brasil, o nome acabou se transformando em “Baralho Cigano” e, com o tempo, ele se popularizou muito por aqui”, explicou.
Segundo Victor, no Brasil, ele foi sendo inserido dentro da espiritualidade, principalmente em algumas religiões como a Umbanda. “Muita gente passou a associar o Baralho Cigano com entidades espirituais, com ciganas espirituais que se manifestam para fazer as leituras. É comum vermos alguém incorporado com uma cigana ou um guia espiritual realizando a tiragem”.
Como funciona?
“Mas é importante dizer que você não precisa estar incorporado para jogar o Baralho Cigano. Você pode fazer uma leitura conectando-se com sua intuição, com a sua energia, sem depender de nenhum espírito ou entidade. Todos os oráculos podem ser lidos dessa forma também — de forma natural, consciente, com clareza”, completa.
Victor Valentim diz que tem gente que prefere trabalhar com o apoio da espiritualidade, e isso pode sim trazer uma força a mais, uma visão mais clara. “Mas o baralho, por si só, já é uma ferramenta poderosa, seja com ou sem auxílio espiritual”, acrescenta
Baralho Cigano e entidade
Como a ferramenta esta inserida em religiões de matriz africana no Brasil, muitas pessoas acabam associando o Baralho Cigano à incorporação de entidades.
“Muitas pessoas acabam misturando as coisas e dizem: ‘Para tirar o baralho cigano, você precisa estar com a sua cigana ou com o seu cigano’. Isso não é verdade. Além disso, eu diria que essas energias sempre vão estar próximas de você — quer você queira ou não. Seus mentores, suas entidades, seus guardiões, seus guias… todos vão te acompanhar em qualquer tiragem. Mas não é obrigatório. Não precisa ter uma cigana ao seu lado para fazer uma leitura de cartas. Também não é necessário ter sangue cigano, uma família de tradição ou uma ancestral cigana para tirar o baralho cigano. Você pode usar à vontade. As energias estarão ali para te auxiliar.
Victor pontua que quem trabalha com Baralho Cigano tem muito respeito por essa ancestralidade e por todas as pessoas que trouxeram esse conhecimento até aqui. “Mesmo sabendo que o baralho cigano também tem origem no baralho Lenormand. Tradicionalmente, o baralho mais utilizado pelos ciganos era, na verdade, o baralho comum, o que hoje chamamos de cartomancia tradicional”, destacou.
Leitura do Baralho Cigano para Donald Trump
Victor fez a leitura do Baralho Cigano para uma figura que vem sendo o centro das atenções do mundo por vários motivos: Donald Trump. Afinal, suas decisões mexem com a economia de vários países. Isso sem contar a interferência em guerras.
“Sinto que a energia ao redor de Trump é de conflito, tensão e divisão. Desde que ele tomou posse, o mundo entrou em um ciclo perigoso, como se uma faísca acendesse uma pólvora que já está espalhada há tempos. Ele traz uma postura de confronto, de ataque e defesa, e acaba colocando nações umas contra as outras, alimentando rivalidades que pareciam adormecidas. Vejo uma tentativa de se reafirmar como o grande salvador, mas isso vem à custa de alianças desfeitas, de discursos inflamados e de ações impensadas. O mundo passou a andar sobre fios desencapados. Ele coloca o mundo um contra o outro”, aponta.
As cartas mostraram para o tarólogo uma cena assustadora, que pode ser simbólica ou real. “E uma imagem me vem com força: um prédio muito grande, enorme, desmoronando. Pode ser literal, pode ser simbólico — mas representa uma queda forte, um impacto que abala estruturas. Algo que não se sustenta mais, que vem abaixo de forma brusca. Com ele, predomina um tempo difícil, de tensão crescente e de instabilidade mundial”, finaliza.