
Entenda por que os sumos pontífices escolhem nomes novos; conclave que vai escolher o novo papa começa na quarta (7)
Faz parte da tradição da Igreja Católica a substituição dos nomes originários dos papas por nomes religiosos, conhecidos como “nomes pontifícios”. Por exemplo: o papa Francisco se chamava Jorge Mario (Bergoglio era o seu sobrenome). Da mesma forma, o papa João Paulo II foi batizado como Karol, um nome polonês que deriva de Karl (“Carlos” em português).
Segundo informações do Vatican News, o portal de notícias da Santa Sé, um novo nome ao papa representa a “nova identidade” desse sacerdote, que passará a ser o líder mundial dos católicos. No momento em que o religioso é eleito papa no conclave, ele ouve duas perguntas de seus pares: “Você aceita sua eleição canônica como sumo pontífice?” e “como queres ser chamado?”.
Essa tradição remonta às origens do cristianismo. O apóstolo Pedro, que é o primeiro papa, ouviu do próprio Jesus a designação da sua nova identidade, de acordo com o texto bíblico: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. O nome originário de Pedro era Simão.
São Francisco
As escolhas de nomes dos cardeais que são eleitos papas são pessoais e variam bastante, mas, em geral, estão ligadas a santos e apóstolos. O papa Francisco, por exemplo, inspirou-se em São Francisco de Assis. Nas palavras dele, o santo era “o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação”. Já João Paulo II fez alusão ao seu antecessor, cujo papado, em 1978, durou 33 dias. João Paulo I foi o primeiro papa da história a escolher um nome duplo.
Entre os nomes mais utilizados pelos papas, estão os de Pio, Gregório, João, Bento, Inocêncio, Leão e Clemente. Ainda não há papas com os seguintes nomes: José, Tiago, André e Lucas. E mais: até hoje, nenhum pontífice escolheu se chamar Pedro como o primeiro papa.
João Paulo II
Essa escolha da nova identidade também pode estar relacionada à visão de mundo de cada papa. Karol Wojtyla, por exemplo, pode ter escolhido João Paulo II para destacar a sua postura conservadora à frente da Igreja, a exemplo de João Paulo I, Paulo VI e João XXIII, que o antecederam.
O conclave, que vai escolher o novo papa, começa na quarta-feira (7). O pontificado do papa Francisco, que morreu em 21 de abril, durou 12 anos.