Outubro Rosa: Câncer de mama metastático Com cerca de 73 mil novos casos estimados para 2024 no Brasil, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres

Também conhecido como câncer de mama em estágio IV, esse tipo de tumor se espalha para outras partes do corpo além dos seios

O câncer de mama metastático, ou em estágio IV, ocorre quando o tumor se espalha para outras partes do corpo além dos seios. Ele pode atingir outros órgãos como ossos, pulmões, fígado e cérebro. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama, mesmo quando detectados no início, se tornam metastáticos. A doença pode voltar em outras partes do corpo depois de meses ou anos do primeiro diagnóstico e até mesmo depois de realizado algum tratamento.

Definição

“Câncer metastático é quando o tumor mamário envia, em geral via corrente sanguínea, implantes para outros órgãos do corpo. Trata-se de uma informação muito importante, pois o tratamento da doença neste estágio é um pouco diferente – por exemplo, em geral envolvendo estratégias mais de controle que de cura da doença”, explica Max Mano, líder nacional da especialidade tumores de mama da Oncoclínicas.

O médico especialista explica que, em alguns casos, os cânceres de mama evoluem para metástases ou já apresentam essa condição no diagnóstico. “Isso depende mais do estágio da doença ao diagnóstico e da agressividade dela, que do tipo em si”, completa.

Os ossos são os mais afetados

Max aponta que o esqueleto é a área do corpo mais atingida em casos de metástase. Por isso, o sintoma mais comum nesses casos é a dor óssea. O médico orienta avaliar melhor toda dor óssea em pacientes com câncer de mama, especialmente nos casos de alto risco. Outras localizações, como pulmões e pleura (falta de ar/tosse), cérebro (déficits neurológicos/dor de cabeça), também podem sofrer com isso, porém é menos frequente.

Exames que detectam

O diagnóstico nesses casos é feito por meio de um procedimento chamado “estadiamento”. “Geralmente, é feita uma cintilografia óssea e tomografias do tórax e abdômen, ou então um exame de alta performance chamado PET Scan”, comenta. Os médicos podem adicionar ocasionalmente algum exame de ressonância.

O foco é em controlar os sintomas

Uma vez diagnosticado o câncer de mama metastático, o intuito do tratamento passa a ser o controle da doença e dos sintomas, em vez da cura. Sendo assim, a remoção cirúrgica do tumor mamário não é a melhor opção por não ser a mais eficaz de acordo com o objetivo do tratamento.
As opções de tratamentos disponíveis, segundo Max Mano, são:

  • Hormonioterapia (geralmente oral), por vezes com “aditivos” de terapia-alvo) para tumores do tipo hormonal;
  • Quimioterapia (pode ser usada em todos os tipos);
  • Imunoterapia (no câncer de tipo triplo negativo);
  • Terapias anti-HER2 (nos tumores HER2 positivos);
  • Conjugados droga-anticorpo (para todos os tipos);
  • Radioterapia para casos selecionados.

“Os medicamentos podem ser diferentes entre si, a depender do tipo de tumor, e alguns pacientes com lesões ósseas sintomáticas ou lesões no cérebro podem ainda necessitar radioterapia”, complementa.

Cuidado preventivo do câncer de mama

As mulheres com histórico familiar de câncer de mama precisam estar atentas e monitorar o risco de metástase com acompanhamento médico. “O mais importante é comparecer regularmente em consultas com o especialista (idealmente o mastologista). Justamente para trabalhar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, e dessa forma evitar a situação de doença metastática”, orienta Max, em conclusão.