
Confira quais mais atingem a faixa dos 20 a 39 anos
Por muito tempo, o câncer foi visto como uma doença associada ao envelhecimento. Mas a realidade mudou. Dados recentes mostram um crescimento preocupante na incidência de tumores entre adultos jovens, especialmente dos 20 aos 39 anos, em todo o mundo. E os médicos não explicam a tendência apenas por diagnósticos mais precoces: em alguns casos, a própria doença começa a se manifestar mais cedo.
Mudanças no estilo de vida, exposição precoce a fatores ambientais nocivos, alterações hormonais e reprodutivas e até hábitos alimentares modernos contribuem para esse cenário. Entre os tumores mais comuns nessa faixa etária, quatro merecem atenção especial: câncer de mama, câncer colorretal, câncer de tireoide e leucemias.
Câncer de mama
O câncer de mama, que lidera a incidência global, vem crescendo entre jovens, sobretudo mulheres. Tumores nessa idade tendem a ser mais agressivos, como o triplo-negativo e o HER2 positivo. Entre os fatores de risco estão histórico familiar, mutações genéticas, obesidade, sedentarismo e exposição prolongada aos estrogênios. Mudanças no padrão reprodutivo — como menstruação precoce, gestação tardia e menor duração da amamentação — também aumentam o risco.
Câncer colorretal
O câncer colorretal, antes associado a pessoas acima dos 50 anos, agora preocupa médicos pelo avanço rápido em jovens, com destaque para os tumores de reto. Dietas pobres em fibras, ricas em carnes processadas e açúcares, além do sedentarismo e da obesidade precoce, são fatores decisivos. Alterações na microbiota intestinal e exposição a aditivos alimentares completam o quadro de risco.
Câncer na tireoide
Já o câncer de tireoide, especialmente o tipo papilífero, é cada vez mais frequente entre adultos jovens, sobretudo mulheres. Apesar do bom prognóstico na maioria dos casos, especialistas observam um aumento real na incidência, ligado à predisposição genética, exposição à radiação e fatores hormonais.
Leucemias
As leucemias, como a linfoblástica aguda e a mieloide aguda, afetam diretamente a medula óssea e têm evolução rápida, exigindo tratamento imediato. Elas estão relacionadas tanto a predisposição genética quanto a exposições ambientais, como radiações ionizantes e solventes.
A solução é a o diagnóstico precoce
Segundo o oncologista Dr. Wesley Pereira Andrade, o cenário exige mudança de olhar: “O aumento dos casos de câncer entre adultos jovens não é coincidência. Ele reflete mudanças profundas no estilo de vida moderno, na alimentação, nos padrões reprodutivos e na exposição ambiental precoce a fatores de risco. Mais do que nunca, é urgente mudar o foco da saúde pública: não podemos mais tratar o câncer apenas como uma doença da velhice”.
A boa notícia, segundo o especialista, é que muitos desses tumores podem ser prevenidos ou detectados precocemente. Campanhas de educação em saúde, incentivo a hábitos saudáveis e adaptação das estratégias de rastreamento para incluir jovens são passos fundamentais. Como reforça Dr. Wesley, “a informação salva vidas — e quanto mais cedo ela chegar, maior a chance de vencer essa batalha”.