
Dra. Ana Paula Fonseca, ginecologista, explica como funciona o implante contraceptivo, seus benefícios e impacto na prevenção de gravidezes não planejadas
A partir desta semana, o Implanon, implante contraceptivo subdérmico que previne a gravidez por até três anos, passou a ser de cobertura obrigatória pelos planos de saúde em todo o Brasil, conforme decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Ministério da Saúde anunciou que oferecerá o dispositivo pelo SUS e pretende distribuir 1,8 milhão de unidades até 2026.
A medida é considerada um avanço na política de saúde pública, ampliando o acesso a métodos contraceptivos de longa duração, reconhecidos mundialmente pela eficácia e segurança. O Implanon é um pequeno bastão flexível, inserido sob a pele do braço, que libera continuamente o hormônio etonogestrel, inibindo a ovulação e dificultando a passagem dos espermatozoides.
“Trata-se de um método altamente eficaz, com taxa de falha inferior a 1%, comparável ou até superior a outros contraceptivos de longa duração, como o DIU. É uma opção prática para mulheres que buscam segurança sem a necessidade de lembrar da pílula diariamente”, explica a ginecologista Dra. Ana Paula Fonseca.
O Implanon pode ser indicado para diferentes perfis de mulheres
“Adolescentes, mulheres no pós-parto e aquelas que não podem usar métodos à base de estrogênio, como pílulas combinadas, são algumas das que mais se beneficiam. Além disso, por ser reversível, a fertilidade retorna rapidamente após a retirada do implante”, destaca a médica.
Entre os principais diferenciais em relação a contraceptivos tradicionais estão a segurança, longa duração e praticidade. “Enquanto a pílula e a injeção exigem disciplina no uso, o implante garante proteção contínua por até três anos. Isso reduz significativamente as chances de falhas associadas ao esquecimento”, afirma a ginecologista.
Apesar dos benefícios, o método não é isento de efeitos adversos
“Algumas mulheres podem apresentar alterações no padrão menstrual, como sangramentos irregulares ou ausência de menstruação. Também podem ocorrer dores de cabeça, sensibilidade mamária ou mudanças de humor. É fundamental conversar com o médico antes da escolha para avaliar se é o método mais adequado”, ressalta a Dra. Ana Paula Fonseca.
A disponibilização do Implanon pelo SUS e sua cobertura obrigatória pelos planos de saúde representam um marco no acesso às políticas de planejamento familiar. “Ampliar o acesso a métodos contraceptivos de longa duração é uma das estratégias mais eficazes para reduzir gravidezes não planejadas e, consequentemente, a mortalidade materna. Essa é uma conquista importante para a saúde reprodutiva no Brasil”, conclui a especialista.