Meditação fácil: aprenda três exercícios agora! Indicada para quem deseja mais qualidade de vida, a meditação traz resultados abrangentes para o corpo e a mente (Foto: FreePik)

Especialista ensina exercícios para praticar em casa; meditação reduz o estresse e pode alivia traumas

Desenvolvida no Oriente, a meditação é uma técnica de concentração indicada para quem busca mais qualidade de vida, uma vez que seus efeitos são abrangentes. “Estudos comprovam que a meditação é capaz de reduzir o estresse e doenças relacionadas, equilibrar a pressão sanguínea, proporcionar bem-estar e confiança, produzir energia relaxante, trazer uma sensação de paz interior, e até diminuir os efeitos de sustos e traumas em situações desafiadoras”, afirma Fernanda Vasconcellos, que é professora de yoga e terapeuta corporal. 

Três estágios

O estado meditativo envolve três estágios, número que pode variar entre escolas de yoga. O primeiro é o chamado “dharana”, termo em sânscrito que significa “retenção” ou “concentração”. Esse estágio propõe ao praticante que dirija sua atenção para um objeto previamente definido. O segundo estágio é conhecido como “dhyana” e consiste na meditação desprovida de distração. Em sânscrito, “dhyana” é sinônimo de “meditação” ou “contemplação”. Finalmente, o terceiro estágio é o “samádhi”: “meditação completa” em sânscrito. Nesse estágio, a consciência alcança um patamar de transcendência. Para chegar a esse estado, o praticante deve percorrer um longo caminho. 

Porém, não é preciso incorporar o “samádhi” para desfrutar dos benefícios da yoga. Se você deseja um novo estilo de vida, basta dar o primeiro passo, encaixando a meditação na sua rotina. O ideal é que os exercícios sejam feitos diariamente. Mas, se não for possível, garantir uma regularidade mínima pode ser suficiente. 

“No início, a ideia é experimentar estados de lentidão e desaceleração da mente, como uma forma de o corpo eliminar o estresse”, ensina a terapeuta corporal Fernanda Vasconcellos. Ela adverte que pessoas diagnosticadas com ansiedade ou depressão devem adotar a meditação gradualmente, de forma que a dedicação aos exercícios não represente um gatilho para a alteração do estado mental. 

Meditação em casa

Num local tranquilo da sua casa, sente-se de forma relaxada, mas com as costas eretas. Se estiver no chão, cruze as pernas. Caso esteja numa cadeira, mantenha os pés apoiados no solo. Alinhe a cabeça com a coluna. Não incline a cabeça nem fique movimentando-a para os lados.

As mãos podem ficar sobre as pernas ou sobre o colo. Caso deseje, una os dedos indicadores aos polegares, ou posicione uma mão sobre a outra com as palmas voltadas para cima. Você também pode entrelaçar os dedos. O quanto for possível, mantenha seu corpo imóvel, mas relaxado.

No começo, é mais fácil meditar de olhos fechados, portanto, feche-os e respire profundamente. Solte todo o ar dos pulmões antes de inspirar, de modo a utilizar toda a sua capacidade respiratória. Enquanto observa a cadência da sua respiração, imagine que sua mente é um escâner cuja finalidade é relaxar cada parte do seu corpo. Comece pelos pés e passe pelas pernas, joelhos, tronco, braços, punhos, mãos, ombros, pescoço, rosto, mandíbula e olhos.

Você pode fazer esse escaneamento mais de uma vez se achar necessário. Quando perceber seu corpo totalmente relaxado, concentre-se somente na respiração. Em seguida, pratique os exercícios de meditação detalhados pela professora e terapeuta corporal Fernanda Vasconcellos (esses exercícios obedecem a uma ordem de dificuldade; à medida que progredir na meditação, você pode passar para o exercício 2 e, em seguida, para o 3). 

Exercício 1: atenção à respiração

Mentalmente, faça uma contagem regressiva do número 50 ao zero. Não altere o ritmo respiratório e procure se conectar ao momento presente. Perceba o movimento do ar que entra no seu corpo. Repare no frescor do ar e na suavidade da prática respiratória. Observe a passagem do ar pelas suas narinas e pela sua garganta. O ar está descendo e chegando aos pulmões, onde preenche o espaço pulmonar. Na sequência, enquanto estiver sendo expelido, repare que o ar emana o calor oferecido pelo seu corpo. Preste atenção ao som da sua respiração, e ao ritmo de inspiração e expiração. Concentre-se somente isso.

Exercício 2: foco na chama

Esse exercício deve ser feito em um local seguro e sem vento, onde seja possível acender uma vela (prefira acendê-la sobre um suporte adequado para evitar acidentes). Mantenha a vela acesa à sua frente, na altura dos olhos. Antes, acione um despertador para delimitar o período da meditação. Foque o olhar na chama da vela, mantendo seu corpo relaxado. Dirija sua atenção unicamente para a chama e, caso se distraia, retome a atenção para a vela acesa. 

Exercício 3: visualização interna

Nessa técnica, você pode utilizar um símbolo que será o objeto da sua visualização interna. Sugestões de símbolos: a figura de um animal, do sol, da lua, de uma estrela, de uma mandala ou de uma flor. Também pode ser a figura de um animal com o qual você se sinta conectado. Depois de definir o objeto, feche os olhos e visualize-o, concentrando-se apenas nele. É importante não fazer associações entre o objeto escolhido e experiências passadas para não perder o foco. 

Adeptos da yoga tendem a fazer a visualização interna com as imagens dos chacras: centros de energia sutil do organismo. Se quiser testar, imagine que há um ponto de luz entre as suas sobrancelhas. 

Importante: quem está começando na meditação pode perceber pensamentos aleatórios durante os exercícios, levando, inevitavelmente, à distração. Não se envolva com esses pensamentos: se eles aparecerem, tranquilize-se, porque logo irão embora. Assim, em caso de distração, volte a prestar atenção à sua respiração, sem interromper a meditação.