Tudo sobre a vacina da dengue A vacina da dengue, conhecida como Qdenga, representa um importante avanço no combate à doença que atinge milhares de brasileiros

Quem pode tomar, benefícios e onde está disponível… Reunimos o que você precisa saber sobre a proteção contra a doença

A vacina da dengue, conhecida como Qdenga, representa um importante avanço no combate à doença que atinge milhares de brasileiros todos os anos, especialmente em um momento em que isso continua sendo um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil. Com a liberação de doses para grupos específicos, surge a dúvida: quem pode tomar a vacina? Quais são os benefícios? Quando ela estará disponível para toda a população? Para esclarecer todas essas questões, conversamos com o Dr. Gustavo Dittmar, coordenador de Infectologia e infectologista clínico do Hospital Albert Sabin de São Paulo (HAS).

Quem pode tomar a vacina da dengue?

Atualmente, a vacina Qdenga está liberada para pessoas de 4 a 60 anos, portanto, abrange uma faixa etária bastante ampla. Porém, Gustavo Dittmar explica que, mesmo que a vacina tenha sido aprovada para esse grupo, o SUS a disponibiliza para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, pois este é um público considerado de maior risco para a doença. Fora dessa faixa, é preciso procurar a rede privada para ter acesso ao imunizante.

“Ainda não sabemos quando a vacina será liberada para toda a população. A ampliação da distribuição vai depender de novos protocolos e autorizações do Ministério da Saúde”, explica Gustavo.

Por outro lado, a boa notícia é que sim, quem já teve dengue pode e deve tomar a vacina. “A proteção para quem já teve dengue é até maior em relação a quem nunca teve”, afirma o médico. A imunização tem se mostrado especialmente eficaz para esses indivíduos, pois potencializa a defesa do organismo contra o vírus.

Há contraindicação?

Sim. Assim como outros imunizantes, a vacina Qdenga é composta por um vírus vivo atenuado, o que significa que há algumas contraindicações. “Gestantes e pessoas imunossuprimidas, ou seja, aquelas que vivem com doenças ou tomam medicamentos que reduzem a imunidade, como pacientes com câncer, imunobiológicos, AIDS e transplantados de órgãos, não devem tomar a vacina”, alerta o infectologista.

É preciso reforçar a dose

A vacina Qdenga é eficaz contra os quatro tipos de dengue, ou seja, é uma proteção bem abrangente contra a doença. Mas como qualquer vacina, ela é eficaz na redução do risco de complicações graves, mas a proteção não é 100% garantida. Portanto, são necessárias duas doses da vacina, com um intervalo de três meses entre elas, para uma imunização completa.

Sempre de acordo com as orientações médicas

Segundo Dr. Gustavo Dittmar, até o momento, não há comprovação de que o intervalo entre as doses possa impactar negativamente a eficácia da vacina, portanto, é importante seguir as orientações de aplicação. Além disso, também não há estudos que indiquem um problema com a aplicação das duas vacinas. “Quem já tomou a vacina anterior (da Sanofi) pode tomar a nova, sem contraindicações”, explica o médico.

É fundamental ficar atento às orientações médicas e às atualizações sobre a vacina, especialmente para quem se enquadra nos grupos recomendados para a imunização. A vacinação é uma medida fundamental para o controle da dengue e, com a ampliação da cobertura, mais pessoas terão acesso à proteção contra essa doença que pode ser devastadora.