
Aos 26 anos, Ana Rocha é considerada a gerente sênior mais jovem do Brasil e transforma sua trajetória em mentoria para outras mulheres conquistarem espaço e reconhecimento
Embora as mulheres representem quase 60% dos formados no ensino superior no Brasil, segundo dados do IBGE, elas ainda ocupam menos de 40% dos cargos de liderança nas empresas. Em meio a esse cenário, a trajetória de Ana Rocha, 26 anos, chama atenção. Considerada a gerente sênior mais jovem do país em uma multinacional de tecnologia com mais de 90 mil funcionários e receita anual superior a 19 bilhões de dólares, ela se tornou referência em liderança feminina com resultados em escala global.
Agora, além de seguir sua carreira em ascensão, Ana assume um novo propósito: ela mentora mulheres para que conquistem melhores remunerações, prosperem e cresçam em suas carreiras, oferecendo a estrutura necessária para que construam uma trajetória sólida, com crescimento e qualidade de vida.
Inspiração feminina
A jornada de Ana começou cedo. Aos 14 anos, já buscava independência e conquistas próprias. Esse espírito acelerou sua trajetória. Entre 2019 e 2024, Ana conquistou seis aumentos e três promoções, subindo degraus de maneira fora da curva: de Customer Representative a Sênior Manager em apenas cinco anos, uma posição que, em média, profissionais só alcançam aos 35 anos.
Ao longo do caminho, liderou operações de tecnologia em quatro continentes e esteve à frente de projetos estratégicos para clientes globais de grande porte, como FedEx, Macy’s, Hertz, Whirlpool e Delta Airlines. Um de seus trabalhos mais relevantes foi a coordenação de um projeto internacional para um dos maiores bancos dos Estados Unidos, com receita anual de 21 bilhões de dólares.
A ascensão meteórica trouxe um misto de sentimentos. “Quando fui promovida a gerente sênior com apenas 23 anos, senti realização e orgulho, mas também uma pressão enorme. Eu sabia que, se havia chegado até ali tão rápido, precisaria provar diariamente que merecia aquele espaço”, conta.
Equilíbrio importa
Em 2023, Ana Rocha viveu um momento de virada em sua trajetória. Além de consolidar a carreira, passou a priorizar valores pessoais que considera inegociáveis, como o equilíbrio entre trabalho, fé, saúde e casamento. “Percebi que não basta conquistar cargos ou salários altos se a vida pessoal fica de lado. A verdadeira liderança começa quando você consegue alinhar seus resultados profissionais com aquilo que dá sentido à sua vida”, afirma.
Essa mudança de postura também a levou a se posicionar de forma mais clara sobre liberdade feminina e a dividir suas experiências com um público cada vez maior. “Foi um amadurecimento natural. Cheguei a uma fase em que entendi que meu propósito não era só chegar mais longe, mas também inspirar outras mulheres a acreditarem que é possível.”
Assim nasceu a NERA Educação, em 2024, com a missão de transformar carreiras femininas. “O ensino tradicional foca em técnica, mas quase nunca fala sobre postura, liderança, comunicação e posicionamento. São justamente essas competências, conhecidas como soft skills, que fazem a diferença no ambiente corporativo. Sobretudo para mulheres, que enfrentam desafios adicionais no processo de ascensão profissional”, afirma.
A NERA atua justamente nesse espaço: ajudar mulheres a construírem carreiras sólidas e rentáveis, sem abrir mão de qualidade de vida. Para Ana, o equilíbrio é essencial. “A carreira não deve ser o projeto de vida em si, mas o meio para alcançar aquilo que realmente importa. O verdadeiro sucesso é poder ter uma trajetória profissional de impacto e, ao mesmo tempo, desfrutar de uma vida prazerosa”, destaca.
Liderança que gera resultados
O trabalho de Ana Rocha tem como marca a busca incansável por resultados tangíveis. Sua metodologia de mentoria combina experiência prática em grandes corporações globais com o olhar humano sobre os desafios enfrentados por mulheres no ambiente de negócios.
“Não basta ocupar uma cadeira de liderança. É preciso entregar resultado, se posicionar com firmeza e, acima de tudo, abrir espaço para que outras mulheres também cheguem lá. Liderança é sobre impacto coletivo, não apenas sobre conquistas individuais”, defende.