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Painel promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil e Business France durante o French Tech Summit São Paulo 2025 debateu o uso ético e estratégico da IA no aprendizado
O impacto da Inteligência Artificial (IA) na educação e na formação das novas gerações foi tema de destaque no French Tech Summit São Paulo 2025, realizado no Learning Village, na capital paulista. Promovido pela French Tech em parceria com a Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP) e com a Business France.
Durante o painel dedicado à educação, Leonardo Penna (Avenues School), Andréa Rodrigues (Le Wagon) e Paulo Silveira (Alura) refletiram sobre as possibilidades e os desafios trazidos pela IA como ferramenta de aprendizagem. O destaque ficou para a importância de equilibrar inovação e pensamento crítico.
IA não substitui professor
Penna chamou atenção para a preocupação das famílias com o que chamou de offload cognitivo: a transferência do processo de raciocínio para a máquina. “As famílias estão preocupadas com o offload cognitivo. Ou seja: se a Inteligência Artificial é responsável pelo pensamento por trás da entrega do trabalho e do ensino, meu filho está aprendendo? Essa é uma grande dúvida. Muitas famílias são contra, mas há muitas famílias a favor”, afirmou.
Além dos impactos pedagógicos, os participantes destacaram a importância da regulação e da maturidade digital no uso dessas ferramentas. Para Paulo Silveira, é essencial estabelecer critérios de idade e contexto para a introdução da IA no ambiente escolar.
“A gente tem que entender qual é o momento certo de introduzir a IA. Eu acho que é de 14 anos para mais, especialmente porque o ChatGPT não é seu amigo. Essa movimentação da União Europeia de regulamentar as mídias sociais e a IA é fundamental”, destacou o fundador da Alura.
A discussão vai seguir
O debate acontece em um momento em que governos de diversos países avançam em políticas de integração tecnológica na educação. Na Estônia, por exemplo, o governo anunciou recentemente que alunos e professores do ensino médio terão acesso ao ChatGPT Edu, versão adaptada para o ambiente educacional. No Brasil, a 12ª pesquisa TIC Kids Online 2025, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br) e pelo Cetic.br, aponta que 59% das crianças e adolescentes já utilizam ferramentas digitais para estudar.
Para os especialistas, o avanço da IA representa uma mudança de paradigma, mas não o fim do papel humano na sala de aula. “Não acontecerá o fim do professor — assim como não aconteceu com o surgimento do computador ou da internet. Esse é o resumo”, concluiu Silveira.