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Urologista alerta para os perigos de procedimentos sem comprovação científica

Na internet há muita promessa sobre alongamento peniano, mas é importante verificar o que é comprovado cientificamente do que pode colocar a saúde do seu órgão em risco. Além disso, é preciso avaliar se há, de fato, indicação clínica para um procedimento de expansão peniana.

De acordo com o Dr. Ubirajara Barroso, urologista especialista em reconstrução genital e coordenador do Departamento de Cirurgia Afirmativa de Gênero e Estética Genital da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cada caso precisa de análise individual. O médico deve avaliar se existe alguma condição que justifique uma intervenção.

“A maioria dos homens que procura procedimentos de aumento peniano apresenta um pênis normal, sem anormalidades anatômicas. O que ocorre é uma percepção equivocada sobre as dimensões da própria genitália, o que leva muitos a buscarem profissionais não habilitados que prometem resultados milagrosos — mas que podem causar complicações graves, inclusive amputações”, alerta Dr. Barroso.

Mitos sobre o alongamento peniano

A seguir, o especialista esclarece os principais mitos sobre o tema, que ajudam a evitar procedimentos sem respaldo científico e realizados em casa ou por profissionais não capacitados.

  1. Exercícios para aumentar o pênis

Apesar de prometerem resultados, não há comprovação científica de que os exercícios penianos — como o jelqing — tenham qualquer eficácia. Quando realizados de forma incorreta, podem causar hematomas, dor e até disfunção erétil.

  1. Dispositivos de tração

Esses aparelhos aplicam uma força constante sobre o pênis, com o objetivo de estimular o crescimento celular e, assim, aumentar o comprimento. No entanto, o uso inadequado pode causar desconforto, lesões nos tecidos e problemas circulatórios.

  1. Bombas de vácuo

As bombas de vácuo criam uma pressão negativa ao redor do pênis, favorecendo a entrada de sangue nos corpos cavernosos e gerando uma ereção temporária. O uso excessivo, porém, pode danificar vasos sanguíneos e causar hematomas e outras lesões.

  1. Enxerto de tecido

Essa técnica envolve a inserção de enxertos para aumentar a circunferência ou o comprimento do pênis. Os enxertos podem ser retirados de outras partes do corpo, de doadores ou de materiais sintéticos.

Há riscos

O procedimento apresenta riscos significativos, como rejeição, infecção, formação de nódulos, cicatrizes, deformidades, necrose e fibrose, podendo até exigir novas cirurgias corretivas.

“Quando falamos em estética genital masculina, é preciso extremo cuidado com procedimentos sem respaldo científico, que podem gerar deformidades e perda de funcionalidade. Antes de optar por qualquer tratamento, o paciente deve verificar se há contraindicações e se as sociedades médicas reconhecem a técnica”, reforça o urologista.

  • Procedimentos cirúrgicos reconhecidos
  • Entre os procedimentos cirúrgicos mais comuns estão:
  • Escrotoplastia (redução do tamanho da bolsa escrotal);
  • Lipectomia, que é a retirada de gordura do púbis.
  • Aplicação de toxina botulínica no escroto;
  • Correção da prega penoescrotal;
  • Cirurgia do pênis embutido, que é a exteriorização da parte do oênis que está dentro da dor dura pubiana;
  • Bioplastia peniana (engrossamento).

Segundo Dr. Ubirajara Barroso, há técnicas cirúrgicas seguras e cientificamente embasadas, como a aplicação de ácido hialurônico e o Dart-Vag, desenvolvido por sua equipe, indicado em casos específicos.

“A técnica Dart-Vag utiliza um retalho escrotal combinado com a túnica vaginal — membrana que reveste o testículo — e proporciona um aumento definitivo da circunferência peniana entre 2 e 3 cm, dependendo da anatomia do paciente. Indica-se o procedimento em casos como micropênis, pênis embutido e doença de Peyronie”, explica.

Outra técnica desenvolvida pelo especialista é a TCM (Total Corporal Mobilization), que permite aumentar o pênis entre 3 e 8 cm.

“Metade do pênis normalmente fica na parte interna do corpo, junto ao períneo. No TCM, deslocamos a fixação dos corpos cavernosos do osso da bacia para o púbis, exteriorizando a parte interna. É um procedimento mais complexo, mas com resultados esteticamente e funcionalmente superiores”, diz o médico.