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Você já sentiu dificuldade em falar sobre certos sentimentos, emoções ou desejos que sente? Por mais que seja comum, em determinadas pessoas, pode ser um sintoma mais agudo e o sinal de uma condição que limita, e muito, a comunicação humana: a alexitimia.
Mas o que é alexitimia?
Aline Seemund dos Reis, Psicóloga Clínica e pós-graduada em Neuropsicologia pela UNIVALI-SC, explica que a alexitimia é um termo que descreve a dificuldade em identificar e expressar emoções de maneira verbal. “Indivíduos com essa característica podem ter dificuldade em reconhecer sentimentos próprios e dos outros.”
De acordo com pesquisadores da USP, a condição está associada a contextos competitivos, nos quais há um empobrecimento da linguagem verbal e escrita. “É notório que existe, na contemporaneidade, um empobrecimento da linguagem, tanto oral quanto escrita. A redução do vocabulário, assim como a estereotipação de frases, atesta o empobrecimento da linguagem. Menos palavras e menos verbos conjugados significam menor capacidade de expressar emoções e menor capacidade de elaboração do pensamento”, afirmam os autores e psicólogos Avelino Luiz Rodrigues e Allan Felippe Rodrigues Caetano, no texto Dificuldade de expressar emoções está ligada a contexto competitivo e de empobrecimento da linguagem, publicado no Jornal da USP.
Como essa característica afeta a saúde mental?
Segundo Aline, “a ausência da capacidade de expressar emoções pode resultar em dificuldades nos relacionamentos interpessoais, aumentar o estresse emocional e contribuir para problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão”.
Embora não seja classificada como uma doença mental por si só, a alexitimia é frequentemente associada a transtornos, como a síndrome do pânico, distúrbios alimentares e autismo, sugerindo uma ligação com condições psicológicas.
Alexitimia tem tratamento!
Apesar de a condição em si ser um obstáculo para uma conversa psicoterápica, já que faltam palavras para quem tem essa condição, a psicóloga afirma que o tratamento geralmente envolve psicoterapia, especialmente abordagens que se concentram no desenvolvimento da inteligência emocional. “Terapias cognitivo-comportamentais e psicodinâmicas podem ser eficazes. abordagem terapêutica visa melhorar a consciência emocional, promover a comunicação emocional e desenvolver estratégias para lidar com sentimentos.”
Uma ajuda extra
A leitura pode ser uma ferramenta útil no tratamento da alexitimia. “Ela permite a exploração de diferentes emoções e experiências por meio de personagens e narrativas. No entanto, é crucial combinar a leitura com intervenções terapêuticas direcionadas para abordar a alexitimia de maneira mais específica. Em conclusão, a alexitimia é um aspecto complexo da saúde mental, mas a compreensão e o tratamento adequado podem oferecer perspectivas positivas. A busca por ajuda profissional e a combinação de diferentes abordagens terapêuticas podem ser fundamentais no caminho para uma expressão emocional mais saudável”, finaliza Aline.
