Depressão Pós-Parto: uma realidade silenciosa A chegada de um bebê é celebrada com alegria, mas para muitas mães, essa fase também pode ser marcada pela depressão pós-parto.

Enfermeira pediátrica destaca a importância de identificar os sintomas e procurar ajuda especializada

A chegada de um bebê é frequentemente celebrada com alegria e expectativas, mas para muitas mães, essa fase também pode ser marcada por um profundo desafio emocional: a depressão pós-parto (DPP). Estima-se que a doença afete entre 10% a 20% das mulheres no Brasil. No entanto, um estudo publicado em 2023 pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) indica que a prevalência pode ser ainda maior em determinadas populações, alcançando até 30% em grupos vulneráveis.

Sintomas da depressão pós-parto

De acordo com a enfermeira pediátrica Jéssica Savani, os sintomas mais frequentes incluem sentimentos de tristeza, desesperança e vazio, perda de interesse em atividades diárias, alterações no apetite e sono, além de fadiga, ansiedade, choro excessivo e irritabilidade, que pode se manifestar até mesmo em relação ao bebê. “A depressão pós-parto é uma batalha silenciosa que muitas mães enfrentam, mas que merece ser ouvida e compreendida. Por isso, estar atenta aos sintomas e ter apoio emocional é fundamental para que a mamãe consiga enfrentar esse desafio durante esse período delicado”, afirma a especialista.

O que leva a depressão pós-parto?

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da depressão pós-parto, incluindo aspectos biológicos, hormonais, psicológicos e ambientais. O diagnóstico é feito por um médico, que avalia sintomas persistentes que podem interferir no bem-estar da mãe e em sua capacidade de realizar atividades cotidianas, de 15 dias a três meses após o parto. “A importância de um tratamento precoce não pode ser subestimada, pois quanto mais cedo o suporte for iniciado, melhores serão as chances de recuperação rápida e eficaz”, diz a enfermeira.

Tratamento

O tratamento normalmente inclui o uso de medicamentos compatíveis com a amamentação e acompanhamento psicológico. Além de alternativas como acupuntura e massagens, que podem ajudar na autoestima da mulher. De acordo com Jéssica, a DPP pode impactar a capacidade da mãe de estabelecer vínculos emocionais com o bebê, afetando seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Além disso, pode gerar estresse e conflitos nos relacionamentos familiares, prejudicando o autocuidado da mãe.

“Para ajudar, é essencial que amigos e familiares ofereçam suporte prático, auxiliando nas tarefas domésticas e cuidando do bebê para que a mãe possa descansar. Sempre pergunte se ela precisa conversar e mostre que você está ali para o que ela precisar”, conta Jéssica. Ela enfatiza também que é importante evitar julgamentos sobre a criação do filho e que as mães devem se sentir à vontade para pedir ajuda.

A especialista ainda recomenda manter hábitos alimentares saudáveis, dedicar tempo ao autocuidado e cultivar pensamentos positivos. “Mantenha hábitos alimentares regulares de 3 em 3 horas e ingestão de alimentos ricos em vitaminas. Se conseguir tirar um momento para que você consiga cuidar da sua vaidade, nem que seja para fazer seu skincare de manhã e à noite, será ótimo. Mantenha sempre pensamentos positivos e evite ficar sozinha. E por último, peça ajuda quando precisar, não guarde nada para você”, afirma Jéssica.

Busque informações corretas

Por fim, a enfermeira pediátrica ressalta a importância de buscar informações corretas e apoio de profissionais qualificados. Além de ignorar opiniões externas que podem causar insegurança. “A adaptação nos primeiros 30 dias pode ser desafiadora. Mas com o suporte adequado, esse período pode se tornar mais leve e tranquilo para mães e bebês”, finaliza.