A prática regular de exercícios na academia é uma forma fundamental para promover a saúde física e mental. Mas, uma abordagem recente está ganhando força nos últimos anos e promete mudar a maneira como realizamos as séries de exercícios. Para quem está curioso, o nome da técnica é MTUT (Maximum Time Under Tension), criada pelo fisiculturista Dennis James.
Como o MTUT funciona?
Apesar de parecer simples, ela exige que o praticante, bem como o instrutor, conheçam bem as técnicas e funcionamento muscular, já que ela aumenta o tempo de tensão sob os músculos. Ou seja, ao invés de realizar três séries de 12 repetições de um determinado exercício, o praticante realiza 36 repetições de uma única vez. A tensão aumentada faria uma explosão muscular.
Cuidado com o overtraining
Por se tratar de uma técnica nova e ainda pouco estudada, ressaltamos que, se for realizar na sua academia, procure conversar com o instrutor para confirmar se ele está familiarizado com ela, assim, evitando risco de causar overtraining.
Segundo o fisioterapeuta e Coordenador científico do Hospital Encore de Goiás, Giulliano Gardenghi, o overtraining, ou excesso de treinamento, ocorre quando há uma sobrecarga excessiva nos sistemas do corpo sem tempo adequado para recuperação. “Pode interferir na capacidade do corpo de reparar e reconstruir as fibras musculares, dificultando a recuperação eficaz. Pode ainda aumentar o risco de lesões e das chances do indivíduo sofrer acúmulo de estresse físico e mental, dificultando a restauração adequada dos sistemas do corpo, especialmente o neuromuscular. Além disso, o overtraining pode levar a um desequilíbrio hormonal, incluindo a diminuição da produção de hormônios anabólicos, o que afeta negativamente a síntese de proteínas musculares.”
Atletas iniciantes podem realizar o MTUT?
A resposta é não! Segundo o personal trainer João Marcelo Handulff, essa abordagem deve ser realizada somente por atletas experientes, e com o acompanhamento de um educador físico. “Ela traz vários benefícios, mas para quem não sabe como realizá-la, pode ser que comprometa alguma musculatura, porque causa uma tensão bem forte sobre o corpo. Por exemplo, não é recomendado que seja feita no agachamento e, se a pessoa ou o educador não sabem disso, pode até causar dores e danos à coluna”, avalia.
Observe suas próprias características
“A relação ideal entre treino e descanso para otimizar o ganho de massa muscular, pode variar de pessoa para pessoa. Depende de vários fatores, como o nível de condicionamento físico, intensidade do treinamento, idade, genética e capacidade de recuperação individual”, destaca Giulliano Gardenghi.
Além disso, algumas orientações ajudam a ganhar músculos de forma segura. “Considerando o treino de força, busque realizá-los para os principais grupos musculares de duas a três vezes por semana. Isso pode incluir exercícios compostos como agachamentos, levantamento terra, supino e flexões. Varie o volume (número de séries e repetições) e a intensidade (carga utilizada) ao longo da semana, incluindo períodos de treinos mais intensos, seguidos por períodos de recuperação ou treinos de menor intensidade. A chave para otimizar o ganho de massa muscular está em encontrar um equilíbrio adequado entre o treino e o descanso. Porém, levando em consideração a capacidade individual de recuperação”, finaliza.