Mitos e Verdades sobre o Marca-passo Freepik

Especialista esclarece as principais dúvidas sobre o dispositivo que salva milhares de vidas

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), mais de 20 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de arritmia — condição associada a cerca de 320 mil mortes súbitas por ano no país. Embora relativamente frequentes, apenas parte desses casos exige o implante de marca-passo, indicado quando os batimentos ficam muito lentos ou irregulares e comprometem a saúde do paciente.

No Brasil, realizam-se aproximadamente 49 mil implantes de marca-passo convencional por ano, e cerca de 300 mil pessoas vivem hoje com o dispositivo. Mesmo assim, persistem dúvidas — e mitos — sobre o que quem usa um marca-passo pode ou não fazer.

“A indicação do implante deve ocorrer somente após avaliação médica criteriosa. O marca-passo é uma tecnologia segura e confiável; com acompanhamento adequado, o paciente pode levar uma vida normal, ativa e com qualidade. O mais importante é desfazer mitos que geram medo e desinformação”, afirma o cardiologista Dr. Alexsandro Fagundes, presidente da SOBRAC.

Mitos e verdades sobre o uso do marca-passo

• Quem tem marca-passo não pode usar celular — MITO. O telefone pode ser usado normalmente. Evite apenas guardá-lo no bolso da camisa, muito perto do dispositivo, e atenda no ouvido oposto ao lado do implante.

• Não se deve usar forno de micro-ondas — MITO. A moderna tecnologia dos aparelhos garante isolamento eficiente e evita interferências no funcionamento do marca-passo.

• Pacientes com marca-passo não podem praticar exercícios físicos — MITO. Os médicos recomendam a atividade física para a maioria dos pacientes, desde que respeitem seus limites individuais, pois essa prática melhora a saúde cardiovascular e o bem-estar geral.

• Portadores de marca-passo não podem viajar — MITO. É possível viajar de avião, automóvel ou ônibus sem restrições. Nos aeroportos, informe à equipe de segurança sobre o dispositivo.

Detectores de metal apitam por causa do marca-passo — VERDADE. O alarme pode disparar, mas isso não oferece risco ao paciente. Basta avisar que usa o dispositivo e apresentar a carteirinha de identificação.

• Alguns exames não podem ser realizados — VERDADE, COM RESSALVAS. Exames como ressonância magnética exigem cuidados específicos e podem ser contraindicados dependendo do modelo. Muitos marca-passos atuais já são compatíveis; consulte sempre o cardiologista antes de agendar qualquer exame.

• Usuários de marca-passo não podem dirigir — MITO (na maioria dos casos). Após a recuperação cirúrgica — geralmente de uma a seis semanas — a maior parte dos pacientes pode voltar a dirigir, conforme orientação médica.

O marca-passo interfere na vida sexual — MITO. O dispositivo não impede uma vida sexual ativa. Eventuais limitações estão mais ligadas ao estado geral de saúde do paciente do que ao aparelho em si.


Ana Carvalho

Repórter de revista e portal na Editora Alto Astral. Bacharela em jornalismo e pós-graduada em Comunicação e Mídia pela Universidade...