ChatGPT pode substituir a terapia? Psicoterapeuta explica riscos

O tema sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para desabafos emocionais vem ganhando força também dentro dos consultórios de psicoterapia. A psicoterapeuta Daniele Caetano, fundadora da Caminhos da Terapia e da Mentoria Bem Me Quero, conta que diversos pacientes já comentaram sobre “trair” a sessão conversando com o chatbot nos momentos em que precisavam de acolhimento imediato.

Segundo Daniele, o problema está na forma como a IA responde: “O ChatGPT acolhe, mas não confronta. Ele tende a romantizar ou moldar aquilo que a pessoa quer ouvir. Com o tempo, isso pode dificultar que o paciente aceite a realidade ou escute uma orientação que implique em mudança”, explica.

O ChatGPT não vai te confrontar… mas isso não é bom

A especialista ressalta que, na terapia, o confronto saudável faz parte do processo de crescimento e autoconhecimento. “Quando o paciente recebe uma intervenção profissional, pode sentir que não foi compreendido ou acolhido, mas na verdade está sendo convidado a enxergar sua situação por uma nova perspectiva — algo que a tecnologia ainda não é capaz de proporcionar.”

Com a popularização das IAs generativas, surge a reflexão: até que ponto é saudável utilizá-las como válvula de escape emocional? E quando essa prática começa a comprometer o desenvolvimento terapêutico e a saúde mental das pessoas? E preciso estar atendo aos perigos desse avanço.