Envelhecimento precoce, ressecamento, irritação, alergias: os problemas causados pela fumaça das queimadas, falta de chuva e temperaturas elevadas
A pele precisa de cuidados em épocas como a que estamos vivendo, com muito calor. O tempo quente, que chegou mais cedo em praticamente todo o Brasil, não afeta só nosso bem-estar. A saúde sofre com as altas temperaturas e a pele apresenta resultados negativos da mudança climática.
Segundo Emilia Brito, Diretora de Marketing da Riô SkinLab, marca brasileira de dermocosméticos com fórmulas tecnológicas, o clima seco e o calor já são conhecidos fatores de impacto à saúde da pele e pedem reforço nos cuidados diários.
Entretanto, a fumaça das queimadas, que libera partículas finas e poluentes, acentua alguns processos, impactando de diversas maneiras, como no ressecamento, pois o calor e ambiente seco podem causar danos à barreira protetora da pele, facilitando a perda da hidratação; aumento da sensibilidade e irritação, como dermatite, eczema, alergias e até mesmo episódios de sensibilização a produtos que normalmente não causariam reação.
Os danos à pele
O temido envelhecimento precoce é um dos resultados do tempo seco e quente. Enquanto o calor e ambiente seco podem causar danos à barreira protetora da pele, a poluição acelera a produção de radicais livres, o que pode danificar as fibras de colágeno e elastina.
“Sem falar da possibilidade de acne e obstrução de poros, pois o calor influencia no depósito de oleosidade na pele, que, somado ao aumento dos poluentes no ar, pode resultar na obstrução dos poros e agravamento da acne”, comenta Emilia.
Os danos pela aceleração da produção de radicais livres, por outro lado, não são vistos a curto prazo. São eles: rugas e linhas de expressão, manchas e perda de elasticidade.
As doenças da pele
De acordo com a dermatologista Maria Eduarda Ladeira, da Clínica Luciana Hitomi (RJ), o efeito do clima seco, excesso de queimadas e a forte onda de calor recente, pode acabar aumentando o estresse oxidativo e a inflamação.
“Condições como acne, melasma, dermatite atópica e psoríase podem inclusive, sofrer um impacto negativo e uma consequente piora. A pigmentação também pode acabar sendo influenciada, piorando as manchas”, comenta a médica.
Devido a estas condições, pele e cabelo são claramente impactados, ficando mais secos, com uma barreira cutânea comprometida, com aparência mais áspera e opaca.
Limpeza e hidratação são essenciais!
Para Emilia Brito, a fim de amenizar estes efeitos, o primeiro passo é uma limpeza que remova o excesso de partículas de poluição e oleosidade da pele, mas que não resseque e nem comprometa a integridade da barreira protetora.
“Após esta limpeza, devemos reforçar o cuidado antioxidante para reduzir o estresse oxidativo causado pelo excesso de radicais livres. E, claro, investir na hidratação da pele. Uma dica é não deixar esse passo tão importante somente no momento de skincare de manhã e à noite”, afirma.
Maria Eduarda reforça que, além do aumento da ingesta hídrica ser fundamental, brumas hidratantes e água termal podem ser uma opção prática para o dia a dia.
Para garantir a hidratação, ativos de skincare como ácido hialurônico, vitamina B5, ceramidas, ureia e ácido lático são alguns aliados da pele neste período mais seco.
“É importante caprichar na limpeza da pele, com ativos antioxidantes, hidratação e proteção solar sempre”.
Tipos de pele e os melhores produtos
Quando falamos de cuidado antioxidante, existem muitas opções, de acordo com Emilia. “Vitamina C, Niacinamida, Vitamina E, e até mesmo ingredientes de vanguarda como micro algas verdes e algas marinhas, que também têm a capacidade de reforçar a barreira de proteção da pele. Os ingredientes hidratantes, por outro lado, pedem uma atenção especial. Todos os tipos de pele podem usar os hidratantes umectantes, como Ácido Hialurônico, Hialuronato de Sódio, PCA Sódico, Isomerato de Sacarídeos”, destaca.
Ela lembra, porém, que os ingredientes hidratantes emolientes, como manteigas e óleos devem ser reservados apenas às peles faciais secas e à hidratação corporal. “Alguns exemplos são: Manteiga de Karité, Óleo de Semente de Uva e derivados de Oliva”, finaliza.