Como desenvolver Regulação Emocional: 5 passos práticos

Em um mundo de alta pressão e estresse constante, a capacidade de não reagir. Mas sim responder aos desafios emocionais tornou-se um pilar da saúde mental. A autorregulação emocional – habilidade de perceber, acolher e modular as emoções de forma consciente e alinhada a valores pessoais – é, hoje, uma das competências mais demandadas para o bem-estar e o sucesso. Essencial em diversos contextos da vida, ela permite evitar reações automáticas que podem comprometer relacionamentos, bem-estar mental e desempenho em situações de pressão.

O que diz a ciência


Um estudo de meta-análise publicado em 2024, que reuniu dados de 110 pesquisas envolvendo mais de 8 mil participantes, demonstrou que práticas baseadas em mindfulness, como exercícios de atenção plena e respiração consciente, têm efeito significativo na redução da reatividade emocional e no fortalecimento da capacidade de regular as próprias emoções. Para a psicanalista e especialista em comportamento humano, Gisele Hedler, quem sabe reconhecer seus pensamentos e sensações sem reagir de imediato, são pessoas mais equilibradas emocionalmente e conseguem responder às situações com mais clareza.

Dicas para desenvolver regulação emocional

Pensando nisso, Gisele lista cinco dicas essenciais para desenvolver a autorregularão emocional.

  1. Reconhecer e nomear a emoção
    O primeiro passo é interromper brevemente o impulso reativo e rotular a sensação. Por exemplo, “sinto raiva” ou “estou ansioso”. Esse ato simples reduz a intensidade emocional e permite que o córtex pré-frontal entre em ação antes que a reação automática se estabeleça.
  2. Respirar e regular o corpo
    Técnicas básicas de respiração (respiração diafragmática 4-6-8; respirações lentas e contadas) acalmam o sistema nervoso autônomo e diminuem a reatividade. “Use a respiração como “primeira intervenção” sempre que perceber escalada emocional”, orienta Gisele.
  3. Reavaliar o pensamento
    Substituir interpretações automáticas por alternativas menos ameaçadoras, altera a resposta emocional sem suprimir a emoção. Por exemplo, trocar “ele me ignorou de propósito” por “talvez ele esteja distraído hoje” muda o tom da resposta.
  4. Construir micro-rotinas de prevenção
    De acordo com a especialista, autorregulação não é apenas reação, é preparação. Sono regular, exercícios físicos curtos, pausas programadas e práticas curtas de atenção diminuem a vulnerabilidade emocional ao longo do dia. Intervenções que integram essas rotinas mostram efeitos consistentes na resistência ao estresse.
  5. Exercitar a confiança na própria regulação
    Trabalhar a crença de que “eu consigo me acalmar”, “eu consigo pensar antes de agir” é tão importante quanto a técnica em si. Estudos recentes indicam que a autoeficácia emocional prevê menor impulsividade e melhores resultados em saúde mental.
    Por fim, Gisele aponta que ao aplicadas com consistência, essas estratégias ajudam a desenvolver maior estabilidade emocional, reduzir reatividade desnecessária e responder de forma mais consciente aos desafios cotidianos.