Manter a chama acesa no relacionamento tem se tornado um desafio para muitos casais, especialmente em meio à rotina acelerada, ao excesso de telas e à falta de tempo de qualidade juntos. Para a terapeuta tântrica Dri Linares, certificada pelo Centro Metamorfose, o segredo para preservar a intimidade vai muito além do desejo sexual. Envolve presença, escuta e vulnerabilidade. “A intimidade verdadeira não começa no toque, mas na capacidade de estar inteiro diante do outro. É sobre criar um espaço de segurança emocional, onde ambos possam se mostrar como realmente são”, afirma.
A necessidade de uma nova intimidade
Nos últimos anos, o interesse por terapias voltadas à reconexão afetiva cresceu no Brasil. Dri, que já atendeu mais de mil homens em processos individuais e de casal, explica que muitos chegam ao consultório com a sensação de “desconexão silenciosa” — quando o amor ainda existe, mas a troca afetiva foi se perdendo. “O problema é que as pessoas confundem convivência com intimidade. Dividir o mesmo teto não é o mesmo que compartilhar presença”, observa.
De acordo com a terapeuta, o primeiro passo para reverter esse distanciamento é resgatar o diálogo autêntico. “Casais que falam abertamente sobre desejos, medos e limites criam um campo de confiança. E quando há confiança, o toque volta a ter significado”, diz.
Como funciona
As práticas tântricas, tradicionalmente associadas à sexualidade, têm se mostrado aliadas nesse processo de reconexão emocional. Técnicas como respiração sincronizada, meditação a dois e toque consciente ajudam o casal a desenvolver atenção plena e empatia. “O tantra não é uma técnica sexual, é uma filosofia de presença. Quando o casal se escuta de verdade — com o corpo e com o coração —, a relação se transforma”, explica Dri.
Além das práticas, o lazer e a leveza também são pilares dessa reconstrução. Momentos compartilhados, como cozinhar juntos, caminhar ou praticar um hobby, ajudam a restaurar o prazer da convivência. “Muitos casais só se encontram para resolver problemas. A intimidade floresce quando existe espaço para o riso e para o simples prazer de estar junto”, reforça.
A especialista destaca ainda a importância de cultivar gestos de gratidão e reconhecimento no cotidiano. “Elogiar, agradecer, demonstrar apreço — tudo isso alimenta a autoestima relacional. O parceiro precisa se sentir visto e valorizado”, comenta.
Para Dri Linares, a intimidade é um exercício contínuo, construído nas pequenas atitudes diárias. “Não existe fórmula mágica, existe presença. Quando o casal aprende a se olhar com curiosidade e respeito, o amor deixa de ser rotina e volta a ser descoberta”, conclui.