
No mês do Outubro Rosa, nutricionista destaca a importância da boa alimentação para reduzir o risco de câncer de mama
Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge cerca de 74 mil mulheres por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora o diagnóstico precoce continue sendo fundamental para o sucesso do tratamento, os especialistas têm chamado atenção para uma outra importante forma de prevenção: a alimentação.
A alimentação contra o câncer de mama
De acordo com a nutricionista Thaís Moreira Machado, formada pela Universidade Federal de Alfenas e especialista pelo Hospital Sírio-Libanês, a forma como nos alimentamos pode influenciar diretamente na forma como nosso corpo responde à inflamação e à formação de tumores. Ela explica que a nutrição é uma das ferramentas mais acessíveis e poderosas para manter o equilíbrio do organismo e reduzir o risco de doenças crônicas, incluindo o câncer.
“O que comemos diariamente tem um impacto direto nas nossas células. Os alimentos ultraprocessados aumentam os níveis de inflamação no organismo, alteram o metabolismo e favorecem um ambiente propício para o surgimento de doenças. Já uma alimentação equilibrada, colorida e rica em frutas, vegetais, proteínas e boas fontes de gorduras tem o poder de proteger o corpo e fortalecer o sistema imunológico”, destaca Thaís.
O perigo dos ultraprocessados
A especialista lembra que, por trás do sabor e da praticidade, muitos alimentos industrializados escondem excessos de açúcar, gordura saturada, corantes e conservantes que sobrecarregam o organismo. Essa combinação, quando associada ao estresse, à falta de sono e ao sedentarismo, cria um terreno fértil para processos inflamatórios silenciosos que podem desencadear mutações celulares ao longo dos anos.
Você conhece os benefícios dos antioxidantes?
Por outro lado, alimentos com ação antioxidante — como frutas vermelhas, cúrcuma, azeite de oliva, castanhas, linhaça, tomate, chá verde e vegetais verde-escuros — atuam combatendo os radicais livres, moléculas instáveis que danificam as células e aceleram o envelhecimento celular.
“Pequenas mudanças já fazem uma grande diferença. Quando o corpo recebe o combustível certo, ele responde melhor. Comer bem é um ato de amor-próprio e de prevenção. É sobre escolher o que nutre, e não apenas o que sacia”, ressalta Thaís.
Boa alimentação garante equilíbrio hormonal
Além de contribuir para a saúde física, a alimentação também influencia o equilíbrio hormonal, algo especialmente importante em fases como a menopausa e o climatério. Nesses momentos, há maior oscilação de hormônios femininos, e, portanto, um aumento natural da vulnerabilidade metabólica e inflamatória.
“O corpo da mulher muda ao longo da vida, e a nutrição precisa acompanhar essas transformações. Após os 40 anos, por exemplo, há uma tendência à redistribuição de gordura corporal e ao aumento da resistência à insulina. Com uma alimentação adequada e individualizada, conseguimos equilibrar esses efeitos e oferecer mais bem-estar, energia e qualidade de vida”, explica a nutricionista.
Uma nova forma de olhar para a nutrição

Thaís enfatiza ainda que a prevenção não deve ser baseada no medo, mas na consciência e na informação. Ela defende uma abordagem acolhedora da nutrição, que considere as individualidades, os contextos e as emoções de cada pessoa, sem imposições ou culpa.
“A alimentação precisa ser leve e real. Quando olhamos para a comida com acolhimento, entendendo o que o corpo precisa. Dessa forma, respeitando nosso momento, ela deixa de ser um campo de cobrança e passa a ser um instrumento de cuidado. E é justamente esse cuidado que nos protege”, conclui.
Para Thaís, a verdadeira transformação começa quando a alimentação é vista como uma aliada da saúde integral — física, emocional e metabólica. O prato colorido, variado e natural é uma forma concreta de prevenção, autocuidado e amor próprio.
Ela recomenda priorizar alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, oleaginosas e proteínas de qualidade. Além de evitar o consumo diário de produtos industrializados e açucarados. Beber água regularmente, dormir bem e praticar atividade física são hábitos complementares indispensáveis para manter o corpo em equilíbrio.
“Outubro Rosa é um mês simbólico, mas a prevenção é um gesto diário”, lembra Thaís. A profissional finaliza: “Cada refeição pode ser uma escolha por mais vida, mais leveza e mais saúde.”