
Do café da manhã personalizado ao presente corporativo de impacto, as cestas artesanais viraram uma oportunidade de negócio lucrativa. Veja como começar e se destacar com criatividade, propósito e sensibilidade.
Presentear ganhou um novo significado nos últimos anos. Desde a pandemia, em que o distanciamento físico aumentou a saudade e a importância de demonstrar afeto à distância, o mercado de presentes personalizados e experiências artesanais cresceu — e com ele, as cestas artesanais ganharam protagonismo.
Além de emocionar quem recebe, elas também servem como uma fonte de renda alternativa (e, muitas vezes, principal) para pessoas que buscam empreender com propósito, sensibilidade e flexibilidade.
Foi assim que nasceu a Mumu Cestas, em Guarulhos. Criada por Munique Irene, uma mãe de três filhos pequenos, a marca começou de forma simples: um gesto de carinho transformado em presente. E o que era para ser só uma forma de expressar afeto, logo se tornou um negócio em plena expansão.
“A maternidade me transformou. Ela me ensinou sobre resiliência, presença, amor incondicional — e me fez repensar o que realmente importa. A Mumu nasceu desse sentimento: a vontade de transformar carinho em presente, e presente em presença”, conta Munique.

Encontre seu público: cestas não são todas iguais
Antes de sair montando cestas para todo tipo de ocasião, é fundamental entender para quem você quer vender. As possibilidades são muitas:
- Cestas de maternidade
- Aniversários
- Autocuidado (em alta desde a pandemia)
- Cafés da manhã românticos
- Datas comemorativas
- Cestas corporativas (brindes, premiações internas)
Cada nicho tem necessidades específicas — desde os tipos de produtos até o estilo da montagem. A dica é: comece por onde você tem mais afinidade ou facilidade de produção.
Munique, por exemplo, começou com cafés da manhã personalizados e hoje já oferece desde tábuas de frios até presentes corporativos e mesas gastronômicas.
2. Personalização é o novo luxo
As cestas artesanais têm um diferencial poderoso: o afeto nos detalhes. Uma mensagem escrita à mão, a escolha de um item que tem a ver com a pessoa que vai receber, a montagem com estética delicada e pensada. Tudo isso transforma o presente em uma experiência emocional.
“Não é só sobre o que vai dentro. É sobre como a pessoa se sente ao receber. Tem gente que chora de emoção. É isso que me move”, diz Munique.
3. Escolha bons fornecedores e insumos
Para quem quer empreender com cestas, é fundamental ter parceiros de confiança — tanto para garantir a qualidade quanto para manter a regularidade das entregas.
Itens como queijos, pães artesanais, cafés especiais, doces, chás, flores, itens de autocuidado (como velas ou sabonetes naturais) são comuns — e podem ser adquiridos de pequenos produtores locais.
“Eu gosto de apoiar outros pequenos empreendedores. Isso fortalece a economia local e traz um charme a mais para a cesta”, conta Munique, que tem parcerias com produtoras artesanais de biscoitos e pães. Além disso, ela também produz seus próprios bolos e geleias artesanais que são sucesso entre seus clientes
4. Precifique com inteligência — sem desvalorizar seu trabalho
Montar uma cesta artesanal exige tempo, atenção, montagem manual e logística de entrega. Por isso, é essencial fazer um cálculo que leve em conta:
- Insumos
- Embalagem
- Tempo de trabalho
- Deslocamento
- Margem de lucro justa
Tenha cestas com valores variados, mas nunca “barateie” a ponto de comprometer a qualidade — nem o seu sustento.
Munique conta que precisou aprender a se posicionar no mercado e mostrar o verdadeiro valor do seu trabalho. “No começo, eu também achava que precisava cobrar mais barato para conseguir vender. Mas entendi que o meu público busca mais do que um presente – busca emoção, qualidade e propósito. E isso tem valor”, afirma. Hoje, a Mumu Cestas é reconhecida pela entrega impecável e pelo preço justo, refletindo o cuidado e a dedicação que estão por trás de cada detalhe.

5. Invista na experiência — não só no produto
Não é só o conteúdo que importa, mas também o encanto visual da cesta. A apresentação conta — e muito!
“As pessoas compram com os olhos primeiro. Eu me preocupo com cada detalhe: a forma como os itens estão dispostos, as cores, a fita, o aroma ao abrir a caixa. Tudo precisa conversar”, explica Munique.
6. Aproveite datas sazonais e oportunidades corporativas
Algumas épocas do ano são ideais para aumentar as vendas:
- Dia das Mães
- Dia dos Namorados
- Natal
- Aniversários
- Eventos empresariais
Munique conta que muitos pedidos da Mumu vêm de empresas que querem surpreender clientes e colaboradores. “Cesta não é só presente romântico. É conexão. As empresas entenderam isso.”
7. Aposte no marketing afetivo e digital
Redes sociais, especialmente Instagram e WhatsApp, são ferramentas poderosas para divulgar seu trabalho.
Mas, mais do que vender, o ideal é contar histórias, mostrar bastidores, criar identificação.
“Eu mostro minha rotina com os filhos, a correria, os erros, os acertos. Tem gente que diz que se sente parte da minha vida. E isso gera conexão com a marca também.”

Um negócio com alma, que começou no coração da casa
Hoje, a Mumu Cestas atende remetentes de vários estados e até do exterior. Mas tudo começou em casa, com os filhos pequenos correndo pela sala, e o apoio constante do marido, Fernando.
“A Mumu é o meu espaço de expressão. É minha forma de mostrar que o empreendedorismo feminino pode ter alma, mesmo em meio aos desafios da maternidade. E ver que conseguimos tocar corações com algo que criamos aqui em casa é a maior recompensa.”
Seja como fonte de renda principal, seja como renda extra, as cestas artesanais são hoje um caminho real de empreendedorismo criativo, onde carinho, presença e propósito têm mais valor do que embalagem cara.
Gostou das dicas? Quem sabe esse também não pode ser o seu próximo passo? Afinal, transformar afeto em renda — e renda em realização — é possível sim.