Thalles Leamari | @thallesgl
Prestes a estrear o documentário Meu Ayrton, na HBO Max, a apresentadora foi capa da revista Malu em Outubro; confira trecho
Ela é sinônimo de versatilidade, coragem e carisma. E começou cedo: nos anos 80, ainda adolescente, foi cantora nos grupos Chispitas e Meia-Soquete. Depois, mergulhou no mundo da moda como modelo e se aventurou como atriz, mas foi como apresentadora que mais soube brilhar. Seu carisma conquistou o público em diversos canais de TV, com destaque para o icônico Programa Charme (2004), no SBT — quem não se lembra do bordão “Não diga alô, diga como vai Galisteu”?
Mas não é só pelo profissional que Adriane conquistou respeito. Na vida pessoal, enfrentou diversos desafios, como as mortes trágicas do então companheiro, o lendário piloto Ayrton Senna, em um acidente durante uma competição de Fórmula 1 em 1994, e de seu irmão, Alberto Galisteu, vítima da AIDS em 1996. Sem filtros, sempre falou com honestidade sobre seus momentos mais difíceis — desde as dificuldades financeiras que enfrentou no passado, passando por seus lutos, até mesmo o desafio de envelhecer, abordando temas tabus como o climatério.
Essa honestidade ela leva para frente das câmeras, onde é constantemente elogiada por sua condução à frente do reality A Fazenda, que comanda na Record há cinco edições. Faltam palavras para descrever o fascínio que Galisteu desperta e, em entrevista exclusiva, ela abriu o coração sobre sua trajetória, momentos desafiadores e legado. A versão na íntegra você confere na edição de outubro da revista Malu, disponível nas melhores bancas digitais.
Você já foi modelo, empresária, atriz e apresentou diversos estilos de programas de TV. De onde vem a força para se reinventar tantas vezes?
“A força vem da minha essência, da minha paixão em tudo que eu faço, da minha curiosidade e da vontade constante de evoluir e aprender. Sempre acreditei que a vida é feita de ciclos e que é preciso estar aberta às mudanças. Os ciclos se encerram para os novos começarem, para a gente crescer e agarrar as oportunidades que a vida entrega. Cada experiência que vivi me ensinou algo novo, me ensinou o que eu quero e o que eu não quero também. A reinvenção não é apenas uma necessidade profissional, mas uma forma de me manter viva e conectada com minha verdadeira essência. É evoluir com toda a mudança e bagagem que cada momento da minha carreira teve, tem e ainda vai ter.”
Um dos motivos pelos quais você é tão admirada é justamente pela sua forma bem resolvida de encarar a vida. Você se vê como essa pessoa bem resolvida e forte, como os outros a imaginam?
“Eu não me vejo exatamente como essa fortaleza que muitos pensam. Sempre tive minhas barras, meus problemas, mas a diferença é que eles eram invisíveis aos olhos dos outros. Por muitos anos, tentei administrar as dores e os desafios de uma forma solitária, enfrentei crises de ansiedade, pânico, vivi relacionamentos tóxicos, dificuldades financeiras. Muito cedo precisei assumir responsabilidades que não eram minhas, virar mãe da minha própria mãe, amadurecer à força e ainda assim acertar perante o Brasil inteiro, com todo mundo me julgando. Não é fácil lidar com essa expectativa das pessoas de que eu sou sempre forte, porque às vezes não sou. Mas percebi que quanto mais eu abro a câmera, quanto mais eu abro meu coração de verdade, mais eu consigo encarar de frente minhas próprias questões.”
A Fazenda está de volta, e você já comentou o quanto se envolve emocionalmente com o programa. Na sua visão, qual é o maior desafio de ser o rosto e a voz de um reality show desse porte?
“O maior desafio é equilibrar a emoção com a imparcialidade. Como apresentadora, preciso estar atenta a cada detalhe, compreender as dinâmicas entre os participantes e, ao mesmo tempo, manter minha autenticidade. Me envolver emocionalmente é natural, pois sou uma pessoa apaixonada pelo que faço, mas é essencial saber dosar para garantir que o programa tenha um bom andamento. O confinamento e a convivência ali com os outros participantes muitas vezes podem trazer um lado obscuro da pessoa. É preciso ter equilíbrio e jogo de cintura para lidar com toda essa intensidade que o programa proporciona.”