Desconfortos que parecem simples podem indicar inflamação na fáscia plantar; veja os principais sinais de alerta e quando buscar ajuda.
A dor no calcanhar é uma queixa comum, mas nem sempre é apenas cansaço. Em muitos casos, esse incômodo é o primeiro aviso de que a fáscia plantar, tecido que sustenta o arco do pé, pode estar inflamada. A condição, conhecida como fascite plantar, surge com frequência em pessoas que caminham muito, passam horas em pé, usam calçados rígidos ou têm alterações na pisada.
Segundo a enfermeira acupunturista e laserterapeuta Viviane Dias, o corpo costuma dar sinais claros antes de a dor se tornar limitante. “O problema é que a maioria das pessoas só procura ajuda quando já não consegue realizar atividades simples. Mas a fascite costuma anunciar sua chegada – basta saber observar”, destaca.
A seguir, cinco sinais importantes de que o incômodo pode ser mais do que um desconforto passageiro:
1. Dor ao dar os primeiros passos após descanso
Mesmo que não seja uma dor intensa pela manhã, qualquer sensação de “fisgada” ao levantar ou após ficar muito tempo sentado é um indicativo comum de irritação na fáscia plantar. O tecido tende a ficar mais rígido nesses momentos.
2. Sensação de queimação, peso ou repuxamento na sola do pé
Esses sintomas podem aparecer no meio do dia, especialmente após longas caminhadas ou uso de sapatos duros. “A dor não precisa ser forte para ser um alerta. O incômodo repetitivo já mostra que há sobrecarga”, explica Viviane.
3. Piora do incômodo após ficar muito tempo em pé
Se a dor aumenta depois de longos períodos em pé, esse é um dos perfis típicos da fascite plantar. A fáscia fica tensionada e pode inflamar quando submetida a esforço contínuo.
4. Desconforto que melhora ao caminhar, mas volta no fim do dia
Esse padrão aliviar com movimento, mas retornar com a fadiga é muito característico da fascite. A fáscia “solta” um pouco durante a caminhada, mas volta a sofrer com o acúmulo de impacto ao longo do dia.
5. Dor no calcanhar que persiste por semanas
Desconfortos que não vão embora merecem investigação. “Dor recorrente nunca deve ser normalizada. Quanto antes o cuidado começa, menores as chances de cronificar o problema”, reforça a especialista.
O que causa essa sobrecarga?
A fáscia plantar é responsável por absorver impacto e dar estabilidade ao pé. Treinos intensos, excesso de peso, longas jornadas em pé, calçados inadequados ou alterações biomecânicas podem gerar microlesões que evoluem para inflamação.
Primeiros cuidados que podem ajudar
- Usar calçados mais estruturados, com suporte para o arco;
- Alternar exercícios de impacto com atividades mais leves;
- Alongar suavemente a panturrilha e a fáscia ao longo do dia;
- Evitar ficar descalço em superfícies muito rígidas.
- Caso a dor continue mesmo com esses ajustes, é importante buscar avaliação profissional.
Por que intervir cedo faz diferença no tratamento da fascite plantar
A identificação precoce dos sintomas é fundamental para evitar que a fascite plantar evolua para um quadro crônico. Entre as opções terapêuticas utilizadas atualmente está a laserterapia de baixa intensidade, que contribui para reduzir a dor e favorecer a recuperação do tecido inflamado. “O laser auxilia na modulação da inflamação e contribui para que o paciente tenha uma resposta mais rápida, especialmente quando associado às orientações de cuidado, como alongamentos, fortalecimento e ajustes na rotina”, explica Viviane.
Ela destaca que iniciar o cuidado logo nos primeiros sinais de desconforto faz diferença na evolução do quadro. “Quando o paciente busca auxílio logo nos primeiros sinais, reduz a chance de a inflamação se prolongar e consegue retomar as atividades diárias com mais conforto”.