A natação em águas abertas

Entenda as diferenças entre o nado na piscina e a competição no mar 

Quando falamos em natação, a maioria das pessoas costuma associar a prática apenas à piscina, mas o nado em águas abertas (mar e rios) também é uma modalidade que atrai muitos apaixonados pelo nado. Apesar de terem a mesma ‘’essência’’, digamos,  as diferenças naturais entre os dois ambientes impõem algumas necessidades distintas a ambas as práticas. O professor Eduardo Coutinho, da assessoria Vem Nadar, é quem vai nos ajudar a entender melhor as particularidades de cada uma delas. Mas antes, um pouco da história…

História nas Olimpíadas

Em 2008, nos Jogos de Pequim, a modalidade de águas abertas, anteriormente conhecida como maratonas aquáticas, fez sua estreia no programa olímpico. Em outubro de 2005, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a decisão de incluir esse esporte, reconhecendo a crescente importância das competições de natação em águas abertas em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Nas águas abertas, os atletas competem para cumprir uma determinada distância no menor tempo possível, sendo o vencedor o mais veloz. As competições ocorrem no mar ou em rios, com a distância estabelecida para as Olimpíadas e os Jogos Pan-Americanos sendo de 10km. No Brasil, os grandes nomes dessa modalidade são Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto. 

Algumas curiosidades sobre a natação em águas abertas

  • A temperatura da água deve estar entre 16°C e 31°C;
  • A competição só pode acontecer em cursos d’água com pelo menos 1,40m de profundidade;
  • O percurso é demarcado por bóias;
  • Em 2008, Natalie du Toit, da África do Sul, tornou-se a primeira amputada a disputar a prova olímpica;
  • Nos três primeiros Jogos Olímpicos, as provas de natação foram realizadas em águas abertas antes do uso de piscinas.
  • Os nadadores utilizam um chip no pulso para registrar seu tempo na prova.

Vamos entender as diferenças

Como mencionado anteriormente, as principais diferenças entre nadar na piscina e em águas abertas resultam das características naturais do ambiente onde a competição ocorre. E envolve questões como acessibilidade, fator psicológico, preparo físico, técnicas, orientação e segurança. 

Acesso restrito e medo do desconhecido

A principal diferença em relação ao local é que as piscinas para natação não estão restritas a regiões litorâneas. Isso acaba tornando o esporte mais acessível a diferentes públicos, especialmente em áreas sem acesso ao mar. Até mesmo em áreas costeiras, o mar pode estar distante para muitas pessoas, o que torna a natação em piscina uma opção mais viável para a maioria das pessoas.

Outro ponto é que, ao contrário da piscina, onde o ambiente é controlado, nadar ao ar livre nos expõe à imensidão do mar. “Isso pode intimidar algumas pessoas. Mas, com treinamento adequado e orientação profissional, é possível superar esse desafio e conseguir se sentir confortável nadando no mar”, explica o professor Eduardo Coutinho, da assessoria Vem Nadar.

A técnica de natação varia

Não menos importante, o treinador cita que a natação no mar demanda um conjunto técnico mais amplo do que na piscina, devido às condições variáveis como ondas, correntes e clima. “Isso requer uma adaptação constante do estilo de nado de acordo com o ambiente, envolvendo movimentos dos braços, respiração, posição do corpo e batidas de perna diferentes da natação em piscina”, detalha o profissional.
No mar, a ausência de sinalizações e o movimento constante das águas tornam a orientação do treinador ao atleta mais desafiadora.
Além disso, Coutinho ressalta que nadar no mar requer precauções extras devido aos riscos associados ao ambiente natural. “Por isso é fundamental receber orientação profissional previamente e treinar sempre em locais adequados para a prática, para garantir segurança.”