
Ana Café, especialista em dependência química, alerta sobre os riscos da doença que mata 1 pessoa a cada 5 minutos
A novela Vale Tudo traz à tona, no horário de maior audiência da TV aberta, um tema urgente e relevante: o alcoolismo. A trama aborda esse grave problema, que, de acordo com um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), causa a morte de uma pessoa a cada cinco minutos no Brasil.
A atriz Paolla de Oliveira vive na trama Heleninha. A personagem que representa uma realidade que milhares de famílias acompanham de perto e conhecem as consequências que o álcool e outras dependências químicas trazem.
A realidade de quem luta contra o alcoolismo
Para dar vida à sua personagem, Paolla se comprometeu a entender a fundo a luta dos dependentes do álcool. A atriz frequentou reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA) e mergulhou na realidade daqueles que enfrentam essa batalha diariamente. “O AA tem se mostrado uma das abordagens mais bem-sucedidas no tratamento do alcoolismo, oferecendo suporte contínuo e uma comunidade de apoio para aqueles que desejam se recuperar”, afirma a psicóloga Ana Café, especialista na prevenção e tratamento das dependências e fundadora do Núcleo Integrado de Psicologia e Psiquiatria.
Ana ressalta que, embora não existam evidências científicas que comprovem uma predisposição genética ao alcoolismo, é comum observar casos familiares da doença. “O alcoolismo muitas vezes surge como uma tentativa de preencher um vazio interno. Evoluindo de uma fonte de prazer para uma condição de sofrimento”, explica Ana.
A profissional destaca ainda a importância de reconhecer os sinais precoces da dependência alcoólica, como o desenvolvimento de tolerância, em que a pessoa precisa de doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos. Além disso, ela alerta que o alcoolismo não se limita ao consumo diário; episódios de abuso ocasional também podem ser indícios de problemas mais profundos.
Ana também aborda os impactos negativos do alcoolismo na vida pessoal e social dos indivíduos, como problemas de relacionamento, acidentes de trânsito e dificuldades profissionais. “Muitos dependentes não reconhecem o impacto nocivo do álcool em suas vidas, o que enfatiza a necessidade de conscientização e apoio.”
Caminhos para a recuperação
Ana Café explica que o maior desafio na recuperação do dependente não é apenas retirar a droga, mas criar ferramentas para que ele não queira usá-la novamente. Ela reforça a importância de buscar ajuda ao perceber os sinais de dependência. “A recuperação é possível com o suporte adequado e o compromisso pessoal”, finaliza.