Inteligência emocional: o que é e como aprimorá-la

Em 1986, um psicólogo norte-americano se tornaria famoso por um conceito que criou na época. Daniel Goleman, colunista do jornal estadunidense The New York Times, lançou naquele ano seu livro Inteligência Emocional – A Teoria Revolucionária que Redefine o que é ser Inteligente. Era a definição daquilo que viria a ser uma das capacidades cognitivas mais requisitadas nos dias atuais, principalmente no ambiente de trabalho.

Graças a Goleman, o significado de inteligência emocional difundiu-se e gera até hoje debates sobre seu aprimoramento. Com a popularização de práticas meditativas no meio corporativo, mais uma vez o mindfulness foi capaz de se associar ao aperfeiçoamento das habilidades cerebrais.

A inteligência emocional melhora os relacionamentos

Segundo especialistas, ao desenvolver a inteligência emocional, o sujeito é capaz de melhorar os seus relacionamentos. Isso porque essa aptidão tem como funcionalidade o gerenciamento das emoções em diferentes momentos. Segundo a coach Renata Aranega, “ao desenvolvermos a inteligência emocional, ampliamos nossa autoconfiança. Somos capazes de nos expressar com mais facilidade, melhoramos a qualidade de nossos relacionamentos, tomar melhores decisões e aprender a gerenciar o estresse com mais facilidade”.

A profissional confirma ainda que os esforços acerca dessa habilidade devem ser privilegiados. Isso porque “a felicidade e o bem-estar são subprodutos da inteligência emocional”. A importância dessa noção em meio ao ambiente de trabalho revela-se na necessidade de uma postura com a qual o profissional não sofra as bruscas mudanças de humor. Para isso, a inteligência emocional vem como uma balança para as respostas obtidas na rotina corporativa. “Ou seja, tanto a reação emocional quanto a comportamental serão compatíveis e adequadas às situações que se apresentam”, acrescenta a psicóloga e especialista em terapia cognitivo-comportamental Ellen Moraes Senra.

Misturando tudo

Uma das associações realizadas por Daniel Goleman envolvia a prática mindfulness e a inteligência emocional. Mas como isso é possível? A resposta é simples: o mindfulness aprimora os resultados da inteligência emocional. Essa relação se comprovou graças a um estudo realizado por Goleman em parceria com o empresário norte-americano Matthew Lippincott. Segundo o psicólogo, em entrevistas feitas com outros líderes de empresa possibilitou à dupla compreender que o mindfulness aumentava o nível de autoconsciência dos entrevistados. Esse fato caracterizava uma melhoria no processo afetivo
dos representantes.

Com o desenvolvimento autocrítico de capacidades emocionais, os indivíduos que assumem altos cargos demonstram uma relação mais benéfica entre subordinado e patrão no cotidiano. Isso se deve ao entendimento dos limites que cada funcionário apresenta frente a uma demanda. Além disso, algumas barreiras são rompidas quando o mindfulness é adotado. “Quando praticamos a atenção plena diariamente, aumentamos a nossa capacidade de viver no presente, reduzindo a ansiedade e o sentimento de impotência” afirma Renata.

A partir do momento em que o sujeito entende sua posição no ambiente, a atuação das partes que o auxiliam em seu trabalho torna-se mais perceptível. Contudo, não é sempre que haverá uma iniciativa pautada na inteligência emocional. Cabe à pessoa desenvolver e aprimorar suas habilidades. “O indivíduo pode possuir tais capacidades desde a sua criação, tendo sido estimulado na infância. De outra forma, podemos adquirí-las por meio de um processo de psicoterapia focado em emoções ou em educação emocional”, conclui Ellen.