Preservar a massa magra é essencial durante o uso de Mounjaro Divulgação

Segundo o médico Paulo Cézar Ferraz, pós-graduado em Nutrologia, emagrecer é mais que estética, é questão de saúde, equilíbrio metabólico e preservação da massa magra

Com o aumento do uso das chamadas canetas emagrecedoras, medicamentos à base de princípios ativos como semaglutida e tirzepatida, o tema “emagrecimento saudável” voltou ao centro das discussões sobre saúde e qualidade de vida. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o sobrepeso e a obesidade já afetam mais de 50% da população brasileira adulta, mas a busca pela perda de peso rápida, sem orientação adequada, pode levar a consequências graves, como a perda de massa muscular e o enfraquecimento metabólico.

O Dr. Paulo César Ferraz, cardiologista e pós-graduado em Nutrologia pelo Hospital Albert Einstein, explica que emagrecer com qualidade significa perder gordura sem comprometer a massa magra. “A perda de músculo reduz o metabolismo basal, prejudica a regulação hormonal e dificulta a manutenção dos resultados a longo prazo. O ideal é um processo gradual, acompanhado por orientação médica, reeducação alimentar e prática regular de exercícios”, afirma o médico.

Aliados, mas demandam cuidados

Segundo ele, o uso das canetas emagrecedoras pode ser um grande aliado, desde que feito de forma consciente e com acompanhamento profissional. “Esses medicamentos auxiliam na redução do apetite, controle da glicemia, redução de gordura no fígado e redução de risco cardiovascular, mas o corpo precisa de estímulo muscular e aporte proteico para preservar os músculos. Do contrário, parte do peso perdido vem do tecido magro, e não apenas da gordura”, explica.

Ele explica: estudos mostram que a manutenção de massa magra e do colágeno é fundamental nesse processo. Suplementação proteica adequada e de vitaminas A, C e E e colágeno hidrolisado auxiliam na preservação da massa muscular e melhora firmeza da pele.

Outros cuidados

Paulo Cézar Ferraz também reforça que o sono e a gestão do estresse têm papel determinante nesse processo. “O sono ruim afeta não só a disposição. Ele altera hormônios, gera estresse, aumenta o cortisol, dificulta a regulação da insulina e ainda estimula o desejo por alimentos ultraprocessados. Sem noites de sono reparador, mesmo quem se dedica à dieta e aos treinos pode ter resultados limitados”, destaca o médico.

Para o especialista, a atual tendência de associar saúde, estética e bem-estar é positiva, desde que não se baseie em modismos. “O que antes era sobre status, agora é sobre bem-estar. Ser saudável virou sinônimo de estilo de vida. E quando o corpo agradece, a mente também responde. O resultado é um ciclo virtuoso de disposição, autoestima e qualidade de vida”, conclui o Dr. Paulo Cézar .