
Exposição prolongada ao sol com pouca proteção pode causar manchas, desidratação cutânea e até queimaduras de 1º, 2º ou 3º graus
Reclamar do calor virou rotina entre os brasileiros, isso porque o país enfrenta temperaturas acima da média. A condição é pior para quem trabalha em áreas externas e não tem como se proteger do sol. A exposição excessiva aos raios ultravioleta com pouca ou sem proteção pode causar vários danos à pele, como desidratação, ressecamento, manchas causadas pelo aumento da produção de melanina e até queimaduras solares.
Segundo o dermatologista Gustavo Novaes, “para evitar todas essas condições, a dica é reaplicar o filtro solar a cada 2 ou 3 horas, abusar de cremes hidratantes, consumir mais líquidos para hidratar o corpo, e, no dia a dia, redobrar as barreiras de proteção, usando óculos, chapéus, bonés e roupas com proteção UVA/UVB”.
Evitar queimaduras solares é fundamental para manter a saúde e o bem-estar
Que atire a primeira pedra quem nunca ficou parecendo um camarão, com a pele vermelha, dolorida e quente, depois de ir à praia, à piscina, passear ou praticar atividades físicas ao ar livre. No momento da diversão, a pele queima e muitas vezes a gente nem percebe, é aí que mora o problema, por isso é preciso ficar atento. “As queimaduras solares são uma resposta inflamatória da pele, uma reação ao excesso de radiação UV. Isso ocorre porque os raios danificam as células, causando inflamação e danos aos tecidos”, explica o dermatologista Gustavo Novaes.
As queimaduras podem ser superficiais, moderadas ou graves
Na queimadura de primeiro grau, apenas a epiderme é afetada, ou seja, a camada mais superficial da pele. Os sintomas são: vermelhidão, dor, sensibilidade à pressão e descamação após alguns dias. Essa condição pode ser tratada sem ajuda médica. “Geralmente, pode ser tratada em casa com cremes hidratantes, compressas frias umedecidas e com a ingestão de líquidos para prevenir a desidratação, explica o dermatologista. Normalmente, cicatriza em alguns dias ou, no máximo, em uma semana.
A queimadura moderada, de segundo grau, atinge tanto a epiderme quanto a camada mais profunda da pele, a derme, e os sintomas são mais intensos, como: vermelhidão mais acentuada, dor forte, inchaço, bolhas pelo corpo e descamação. As bolhas podem causar infecção, por isso é ideal que a pessoa procure um médico. “O tratamento pode envolver o uso de antibióticos tópicos para prevenir infecções, hidratação da pele, e, em casos mais graves, cuidados médicos especializados”, afirma Dr. Gustavo. Nesse caso, a cicatrização pode demorar de duas a três semanas.
A queimadura grave, de terceiro grau, é rara durante a exposição solar, mas pode acontecer. Nesse caso, os raios UV penetram em todas as camadas da pele (epiderme, derme e hipoderme) e podem afetar os tecidos mais profundos. “Esse tipo de queimadura exige tratamento médico imediato, que pode incluir cuidados de emergência, enxertos de pele e acompanhamento a longo prazo”, enfatiza o especialista.
As peles com fototipos I e II, ou seja, muito claras, têm mais chances de sofrer com queimaduras causadas pelo sol.
Cuidado: alimentos podem causar manchas na pele
O calor combina com frutas, sorvetes, bebidas refrescantes e alimentos leves. Mas alguns, ao serem preparados ou consumidos durante a exposição solar, podem queimar ou manchar a pele.
Por isso, é preciso ter cuidado com frutas cítricas, como limão, laranja e tangerina, além de alguns vegetais, por exemplo a salsinha, o coentro e o manjericão. “Isso acontece devido à fitofotodermatose, uma reação provocada por substâncias fotossensíveis (furanocumarinas) que, ao entrarem em contato com a pele e serem expostas à luz solar, causam irritações”, alerta o dermatologista Gustavo Novaes.
Exposição solar é um fator de risco para o câncer de pele
Expor-se ao sol ao longo da vida pode ser um fator de risco para o câncer de pele. Isso porque, segundo o dermatologista, a radiação ultravioleta danifica as células da pele e pode levar a mutações genéticas.