A nutricionista Priscila Schramm explica como o equilíbrio do microbioma intestinal pode contribuir para a saúde reprodutiva e auxiliar na concepção
A saúde intestinal tem ganhado destaque nas pesquisas médicas pelo seu impacto em diversas funções do organismo, incluindo a imunidade e a fertilidade. Estudos que apontam o equilíbrio do microbioma intestinal — o conjunto de bactérias e outros microrganismos que habitam o intestino — desempenham um papel essencial na regulação hormonal, na redução de processos imunológicos e na otimização das funções reprodutivas.
No que a saúde intestinal influencia?
Segundo a nutricionista Priscila Schramm, especialista em saúde da mulher, a saúde do intestino influencia diretamente o eixo intestino-ovário. “O intestino é responsável por metabolizar hormônios importantes, como o estrogênio. Quando o microbioma está em desequilíbrio, há maior risco de alterações hormonais, como síndrome do ovário policístico (SOP) e infertilidade”, explica.
Além disso, a relação entre imunidade e fertilidade tem ganhado atenção. O intestino abriga cerca de 70% das células do sistema imunológico. Assim, uma microbiota saudável pode modular respostas inflamatórias, condição que está associada à dificuldade de implantação embrionária e abortos recorrentes. “A inflamação crônica de baixo grau, comum em mulheres com desequilíbrios intestinais, prejudica a receptividade uterina e pode dificultar a concepção”, complementa a nutricionista.
Importância
A especialista ressalta a importância de uma alimentação equilibrada e rica em alimentos probióticos e prebióticos. “Os probióticos, encontrados em alimentos como iogurte natural, kefir e kombuchá, ajudam a repor o intestino com bactérias benéficas. Já os prebióticos, presentes em alimentos como alho, cebola e aveia, são fibras que alimentam essas bactérias”, afirma.
Suplementos também podem ser aliados nesse processo. “Em alguns casos, uma suplementação com probióticos específicos pode ser indicada para equilibrar a microbiota e reduzir inflamações. Além disso, nutrientes como zinco, ômega-3 e vitamina D desempenham papel crucial na saúde reprodutiva e imunológica”, orienta a nutricionista.
Priscila cita casos de pacientes que, ao melhorarem a saúde intestinal, observaram uma evolução significativa na fertilidade. “Já acompanhei mulheres que enfrentaram dificuldades para engravidar e que, após reequilibrar o intestino e reduzir processos inflamatórios, conseguiram realizar o sonho da maternidade. É uma prova de como o corpo trabalha de forma integrada”, relata.
Além disso, o tema reforça a necessidade de uma abordagem holística nos cuidados com a saúde, integrando nutrição, medicina e bem-estar emocional. “Cuidar do intestino é cuidar de todo o corpo. É um passo essencial para quem busca melhorar a fertilidade e a qualidade de vida”, finaliza Priscila.