Como as marcas devem se comunicar no fim de ano Woman live streaming for online shopping campaign

O fim do ano chega acompanhado de uma avalanche de ofertas, campanhas repetitivas e conteúdos que disputam atenção a qualquer custo. Esse excesso cria um fenômeno cada vez mais evidente: a dezembrite digital, quando o consumidor entra em um estado de fadiga emocional e mental devido ao volume de estímulos nas redes sociais. Para a mercadóloga e especializada em comportamento do consumidor Nah Casoti, esse cansaço é real e exige uma mudança imediata na forma como marcas se comunicam.

Consumidores cansados

Segundo Nah, o consumo de conteúdo está passando por uma transformação. “As pessoas estão saturadas de informação, de fórmulas prontas e de marcas que dizem a mesma coisa. O público quer clareza, simplicidade e utilidade. Quem continuar forçando venda o tempo todo vai perder relevância”, afirma. A especialista explica que a dezembrite digital não é apenas um cansaço momentâneo, mas um alerta de comportamento: o cliente começa a filtrar mais, engajar menos e comprar somente de quem realmente entrega valor.

Nah observa que, historicamente, o final de ano sempre foi um período de alta comunicação comercial. Mas agora o ritmo frenético das redes sociais fez esse cenário mudar. “Hoje existe uma cobrança enorme por constância, por aparecer, por postar sem parar. Só que o consumidor não tem a mesma energia que o algoritmo exige. Ele está cansado. E quando ele cansa, ele desconecta”, explica.

Como as marcas devem se posicionar

Para não afastar esse público, a especialista defende que marcas e criadores precisam adotar uma comunicação mais humana e estratégica. “O volume é sim importante, mas não pode ser acima da qualidade. O que sustenta uma marca é narrativa, posicionamento e coerência. Se o conteúdo não cria conexão, não adianta aumentar o volume”, destaca Nah.

A seguir, Nah Casoti aponta os caminhos para marcas que desejam se comunicar com inteligência durante a dezembrite digital:

Reduza a ansiedade de aparecer o tempo todo

Nah afirma que o consumidor quer qualidade, não quantidade. “O público não aguenta mais conteúdo raso. Uma mensagem bem construída vale muito mais do que dez posts repetidos.” Ela reforça que consistência não é sinônimo de excesso, mas de coerência.

Aposte em uma narrativa clara e útil

Conteúdos que entregam valor real se destacam. “A narrativa bem amarrada é o que diferencia quem só posta por obrigação de quem realmente entende o público. Quando a marca tem história, propósito e coerência, o consumidor permanece, mesmo cansado”, diz Nah.

Humanize a comunicação

De acordo com a especialista, as pessoas estão buscando identificação e acolhimento. “No meio do caos informacional, quem fala simples, quem fala de verdade e quem respeita o tempo do consumidor sai na frente.”

Ofereça menos estímulos e mais clareza

Nah explica que, quando tudo é urgente, nada é importante. “O consumidor está reagindo com irritabilidade e desconexão porque não consegue processar tanta coisa. Sua marca precisa ser um ponto de respiro, não mais um ruído.”

Saia da bolha do digital

Para a especialista, as marcas precisam olhar para além das redes sociais. “Marketing não é panfletar conteúdo. Marketing é entender comportamento, jornada, contexto. Muitas empresas estão esgotando o consumidor porque estão presas à bolha das trends.”

Use o calendário com inteligência e não com desespero

A enxurrada de promoções no fim do ano pode afastar ao invés de atrair. “O público já sabe que vai ser bombardeado. Então só funciona quem entrega ofertas justas, com comunicação honesta e sem pressão exagerada.”

Foque em relacionamento, não apenas em vendas

Para Nah, o futuro do marketing é relacional. “Quem pensa só na venda da semana perde o cliente do ano todo. O consumidor quer ser ouvido, não perseguido.”

    Para a especialista, a dezembrite digital é uma oportunidade de evolução, não um problema. “A fadiga do consumidor é um sinal claro de que o mercado precisa amadurecer. As marcas que entenderem isso agora estarão muito à frente em 2026. Comunicação inteligente, estratégica e humana sempre vence.”