Dicas começar o ano com uma gestão mais organizada Confident businesswoman presenting data in modern office, showcasing charts and graphs for effective communication.

Quando um novo ciclo começa, a pressão por reorganizar processos, redefinir metas e recuperar produtividade costuma atingir empresas de todos os portes. A sensação de “engrenagem pesada” é comum, mas evitável. Para Juliana D’ Andrade, COO do Rogério Menezes Leilões e especialista em gestão empresarial e comunicação estratégica, o início do ano é a melhor oportunidade para reavaliar fluxos, eliminar excessos e reconstruir um sistema mais inteligente de operação e liderança.

Começar pela eliminação do ruído operacional

Juliana afirma que a eficiência não nasce de grandes projetos, mas da remoção de entraves silenciosos que comprometem o desempenho: tarefas sem dono, rotinas repetidas, falhas de comunicação e decisões tomadas sem critério. Ela chama isso de ruído operacional. “Empresas crescem quando simplificam o que já funciona e trazem previsibilidade para o que é crítico. O ruído drena energia, tempo e foco estratégico”, diz.

Este diagnóstico encontra respaldo em dados recentes. A consultoria Willis Towers Watson mostrou, em pesquisa divulgada em 2025, que 47% das empresas acreditam poder elevar a produtividade em pelo menos 10% por meio de melhorias na gestão de desempenho, mas apenas 39% conseguiram colocar processos claros em prática. É um gap que revela a urgência da simplificação operacional.

Definição clara de papéis como fundamento da produtividade

Para que a operação funcione sem atritos, Juliana defende alinhamentos explícitos: quem faz o quê, quando, como e por quê. Na prática, isso significa revisar funções, redefinir responsabilidades e garantir que a comunicação interna não deixe zonas cinzentas.

“Quando as pessoas entendem seu papel com precisão, a empresa ganha velocidade. Liderança não é centralizar decisões, é garantir direção e autonomia controlada”, afirma.

Estudos reforçam essa perspectiva. A PwC mostra que clareza de metas e papéis reduz erros operacionais, aumenta engajamento e melhora a entrega final.

Metas inteligentes, conectadas à estratégia e não ao improviso

Juliana lembra que, sem clareza estratégica, o ano começa apenas no calendário, não na prática. “Objetivos soltos não entregam nada. A equipe precisa saber o que perseguir, por que perseguir e como medir o progresso. Metas inteligentes são metade da execução.”
Pesquisas de planejamento estratégico mostram que metas específicas reduzem desperdício de recursos e aumentam consistência de resultados, especialmente em empresas com rotinas de revisão mensal.

A arte de delegar com método

A COO reforça que delegar não é distribuir tarefas, mas construir autonomia estruturada. A empresa cresce quando cada decisão é tomada no nível correto. “Delegar com critério aumenta a velocidade e fortalece o senso de responsabilidade. A liderança fica mais estratégica, não mais distante.”

Gestão administrativa e financeira como base de escalabilidade

À frente de um dos maiores de leilões do país, Juliana coordena operações intensas, logística, fluxo de caixa, auditoria, compliance, contratos e grandes volumes financeiros. Ela afirma que sem disciplina administrativa o crescimento se torna instável.

“Relatórios consistentes, padronização de aprovações e uso de tecnologia de forma inteligente criam previsibilidade. Quando a administração é sólida, a estratégia fica mais leve.”

Gestão emocional: o pilar invisível que diferencia gestores de líderes

Além do operacional, Juliana defende que o líder atual precisa dominar a gestão emocional. “Cuidar de resultados passa por cuidar de pessoas. Quando você fortalece o time emocionalmente, reduz rotatividade, aumenta engajamento e cria uma cultura de segurança psicológica, essencial para resultados sustentáveis.”

Transformar resoluções de janeiro em cultura permanente

Para evitar que o entusiasmo do começo do ano morra em fevereiro, Juliana sugere uma rotina de revisões mensais com indicadores, ajustes de rota e acompanhamento das entregas. Esse processo, segundo ela, cria consistência e transforma intenções em cultura corporativa.

“Se 2026 for o ano em que sua empresa decidir simplificar processos, reforçar clareza e cuidar de pessoas, o crescimento deixará de ser objetivo e se tornará consequência.”