Especialista explica como reconstruir a vida profissional para se sentir mais feliz e realizada
A transição de carreira vem se tornando cada vez mais comum, até porque a insatisfação com a vida profissional pode acontecer em qualquer momento da vida. Podemos ver isso com a geração Z que não têm medo de se arriscar em largar aquilo que não o agrega mais para seguir em busca dos seus objetivos. Mas antes de dar esse passo, é preciso traçar um caminho.
Planejamento é muito bem-vindo
“É muito melhor e mais seguro estarmos preparados. Agora, o planejamento não deve ser uma camisa de força, mas sim um norteador. Quando pensamos na nossa carreira, é importante que, para esse planejamento, nós tenhamos um grau de autoconhecimento suficiente para balizar futuras decisões”, esclarece Dione Fagundes, especialista em Recursos Humanos e Gestão de Carreira. Para ela, saber no que temos competência e do que gostamos é tão importante quanto saber o que não tem nada a ver com a gente. Ambos os extremos são capazes de nos ajudar a tomar decisões de planejamento de carreira.
Como se planejar para a transição de carreira?
De acordo com a especialista, a primeira coisa a se pensar é no autoconhecimento. “Você tem que conhecer seus gostos, preferências e valores antes de decidir para onde você vai. Mas é importante saber que nem sempre é possível planejar do jeito que a gente quer. Muitas vezes, as oportunidades vêm de forma inesperada, ou até mesmo você vai fazer uma coisa diferente e descobre talentos, inclinações e preferências que você tem fazendo essa atividade”, explica.
O autoconhecimento também auxilia na procura por oportunidades disponíveis no mercado que são afinadas com os gostos pessoais e empresas que se encaixam com os seus valores. No planejamento, outra ação importante é fazer pesquisas completas sobre as empresas antes de se aplicar para as vagas.
Conheça os seus valores pessoais
- Em que tipo de empresa eu quero trabalhar?
- Que tipo de cultura organizacional vai atender aos meus anseios?
- Posso ter uma oportunidade de atuação plena e competente nessa empresa?
Quando fazer a transição de carreira?
Não existe um momento ideal para fazer a transição de carreira e investir em novos rumos. Hoje em dia, podemos ver muitas pessoas fazendo transição de carreira aos 30 anos, depois de experienciar um pouco do mercado. Mas também pode acontecer com pessoas com mais de 60 anos, que saem em busca de outra profissão. “Hoje esses marcos não são mais tão rígidos, o que é importante é que a pessoa perceba o seu tempo, e existem alguns despertadores para isso”, afirma Dione.
É importante, por exemplo, que a gente se observe e observe o nosso estado de espírito, se estamos plenos, se gostamos daquilo que fazemos, se estamos satisfeitos, se o trabalho traz ânimo e alegria para a nossa alma. “Esses são pequenos alertas que podem dar pistas para a gente se é isso mesmo que me faz bem, e se gosto do que faço ou se alguma coisa já não está tão bem, se já não dá prazer mais. Esses sinalizadores podem indicar se talvez está na hora de experimentar algo novo”, alerta.
“Não adianta ter um currículo de várias páginas. É importante que ele seja objetivo, curto e que ele proporciona, e para quem está visualizando uma foto completa, mais completa possível da sua experiência, da sua vivência, das suas competências.”
Um currículo bem feito
Elaborar um currículo pode ser um desafio para muita gente, mas Dione destaca que não há muito mistério. “A primeira dica é fazer um currículo completo da sua vida, com tudo que você fez de relevante, até mesmo os jovens que estão iniciando na carreira e acham que não têm nada para colocar. Uma
vez atendi um jovem professor, que falava que não tinha o que adicionar ao currículo, mas ele tinha sido campeão de natação, e isso já é alguma coisa. Imagina as competências que esse rapaz precisou desenvolver, competências que são muito requeridas no mercado para ser um campeão de natação”, exemplifica a especialista.
Assim, monte um currículo completo com todas as suas experiências, mesmo aquelas que você não considera que sejam tão relevantes. Sejam experiências de trabalho, pessoais, de trabalhos voluntários, publicações de artigos que você escreveu, campeonatos que você participou, seja o que for, acrescente no currículo. “A partir disso, você vai fazer uma adequação e montar um outro currículo específico para aquela vaga. Ressaltando suas competências que têm afinidade com aquela vaga pretendida.” Ou seja, se a empresa valoriza a questão da sustentabilidade e do compromisso com a natureza, ou até mesmo cidadania e governança, vale a pena valorizar as experiências que vão de acordo com o perfil da companhia.