O debate sobre o nosso dever com o meio ambiente e a luta contra a poluição e preservação da água nunca foi tão forte. Se você pensa que só com você reciclando o lixo, economizando água e evitando usar plásticos, já está ajudando o meio ambiente, você está certo. Mas errado ao mesmo tempo. Fazer a “sua” parte não é o suficiente para reverter todo o dano causado no planeta Terra. É isso que afirma Márcia Cristina Sabóia de Andrade, bióloga, professora, mestre em Gestão Ambiental e Desenvolvimento sustentável pela UFCA, e doutora em Educação Ambiental pela UFAL.
Fazer sua parte importa!
“Fazer a nossa parte não é o suficiente, mas é importante. Partimos do pressuposto que todo e qualquer impacto ambiental ocasiona-se pela ação antrópica (ação realizada pelo homem). Seja ela individualizada ou coletiva, como pessoa física ou jurídica. Cada ação tem proporções diferentes, são feitas por pessoas com visão consumista, em um sistema capitalista, onde falta sensibilidade com a natureza e sobra uma visão egocêntrica. Dessa forma, ainda acredito que todos tem uma parte a fazer”, pontua.
Onde está a culpa?
O erro está em pensar que está na mera população comum que acorda cedo, vai trabalhar, volta para casa e dorme. Os grandes culpados pela poluição que afeta nosso meio ambiente, para Márcia, são as indústrias “que são compostas por pessoas com visão de ‘ter’ onde o pensamento não é de manter um equilíbrio entre: economia x sociedade x preservação ambiental”.
E o que devemos fazer?
A bióloga pontua que é preciso um conjunto de esforços de mudanças de hábitos, buscando a cada dia ser um sujeito ecologicamente responsável. É importante frisar que nunca é tarde demais para começar a mudar atitudes, desde abolir o uso de plásticos (como as sacolas dos supermercados), economizar água, reciclar devidamente o seu lixo, e até mesmo escolher votar em políticos que valorizem o meio ambiente e propõe pautas para salvar o planeta.
Além disso, Márcia cita outras possíveis soluções:
- Investimento em educação ecológica;
- Programas de sustentabilidade que sejam tão importantes quanto o que sistema impõe sobre os programas de alfabetização;
- Planeamento e estudo sobre o crescimento das cidades de forma sustentável;
- Investimento em saneamento básico é prioridade.
“Cuidar do meio ambiente não é questão de se quiser fazer, é uma questão de sobrevivência, o mundo precisa acordar”, destaca a bióloga.